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sexta-feira, 29 março, 2024

Jornalistas contra a tentativa de Golpe midiático, judicial e parlamentar

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Adital
Jornalistas se posicionam diante dos últimos acontecimentos

Nós jornalistas, associados da ABI ou não, vimos, através desta, manifestar publicamente nosso repúdio às tentativas em curso de eclosão de um golpe midiático, judicial e parlamentar, que levará o Brasil à quebra da ordem constitucional com a derrubada da Presidenta constitucional Dilma Rousseff.

Cumpre ressaltar que perdemos entre outros membros da Casa dos Jornalista, o jornalista e escritorCarlos Heitor Cony que precisava de um documento assinado por um dirigente de classe, comprovando que ele não era terrorista, isto para não ser preso, o que foi negado pela diretoria da ABI e posteriormente pelo Sindicato dos Jornalistas, que inclusive o expulsou de seu quadro de associados.

Nos dias atuais, em pleno Terceiro Milênio, lamentavelmente, a grande mídia brasileira se posiciona de forma antijornalística, comportando-se na prática como partido político defensor de valores antidemocráticos, como aconteceu em outros momentos históricos de crise política em nosso país, entre os quais em agosto de 1954, que culminou com a morte do Presidente Getúlio Vargas, as tentativas de derrubar o então Presidente eleito Juscelino Kubitschek e ainda o golpe de 1 de abril de 1964.

Não podemos esquecer que durante a ditadura empresarial/militar Juscelino Kubitschek foi levado várias vezes às dependências da Polícia Federal para prestar depoimento sobre a “compra de um imóvel”, utilizando-se então o mesmo modus/operandi atual contra o ex-Presidente Luis Inácio Lula da Silva.

A única diferença é que hoje a conspiração ocorre em escala continental/ocidental. A informação é uniformizada de forma estratégica visando alienar num primeiro momento, seguindo a linha de Joseph Goebels, o responsável pelo departamento de propaganda do III Reich nazista, para posteriormente manipular, criando fatos, como, por exemplo, juízes heróis dispostos a trabalhar na promoção de espetáculos de justiçamento em nome do povo, mas que em verdade, só atendem interesses dos blocos de empresas de comunicação e de acionistas que faturam com a quebra da Petrobrás.

Hoje, a omissão de fatos importantes e destaque desproporcional na cobertura dos acontecimentos é visível e objetivam fazer cabeças, ou seja, influenciar no posicionalmente da opinião pública em favor de um dos lados. Como exemplo concreto, vale destacar editoriais da imprensa ofensivos à Presidente da República , como o do jornal The New York Times e o silêncio sobre o pedido do Presidente do Uruguai, Tabaré Vasquez no sentido da Unasur (União das Nações Sul Americanas) se posicionar em defesa da ordem constitucional ameaçada no Brasil pela campanha contra a Presidenta Dilma Rousseff.

Repudiamos também a tentativa de golpe na área do judiciário quando juízes acionam dispositivos, ilegais de fato e de direito, que estão levando o país ao acirramento de ânimos que poderão conduzir até uma convulsão social.

Para completar o quadro, no Parlamento brasileiro, onde alguns representantes não têm estatura moral para falar em nome do povo brasileiro, até por já serem réus acusados de corrupção, conduzem a toque de caixa, sem base legal, processo de impeachment contra a Presidenta da República.

Enquanto jornalistas não podemos aceitar em silêncio tal fato.

Defendemos sim, a punição de responsáveis por corrupção em qualquer esfera, mas não podemos silenciar diante do quadro atual em que, vale sempre repetir, setores da mídia, do judiciário e do Parlamento conduzem suas ações para um golpe de estado semelhante ao ocorrido em outros países da América Latina como o Paraguai e Honduras.

Defendemos, não partidos políticos, mas sim a democracia ameaçada neste momento grave que atravessa a nação brasileira.

Diante da urgência que o caso requer e da omissão da atual diretoria da ABI e do presidente Domingos Meirelles diante do atual momento, propomos divulgar esta nota imediatamente, já que consideramos o espaço vago e a ABI precisa ocupá-lo com posição que defenda a legalidade democrática e todos os jornalistas.

O que nos move também é evitar que aconteça com a nossa entidade secular o mesmo que ocorreu em 1 de abril de 1964, quando a diretoria da ABI em um primeiro momento apoiou a quebra da ordem constitucional que resultou na derrubada do Presidente da República, João Goulart e 21 anos de uma ditadura empresarial militar que torturou, assassinou e prendeu quem se insurgia contra o regime de exceção, além de longos anos de censura à imprensa.

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