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sexta-feira, 19 abril, 2024

Ações de empoderamento negro ganham cada vez mais as ruas do país

Eles estão cansados dos rótulos impostos pela grande mídia e dos séculos de imposição do padrão social de “embranquecimento”. Eles possuem as mais variadas idades, profissões e são de diversas regiões do país. Cada vez mais, a população negra vem saindo às ruas, para demonstrar orgulho das suas origens e denunciando as tentativas de rebaixamento, impostas pelas ações do racismo e preconceito institucional.

Por Laís Gouveia

 

Ações de empoderamento negro ganham cada vez mais as ruas do paísAções de empoderamento negro ganham cada vez mais as ruas do país

Ás ruas de Brasília foram tomadas por mulheres negras de todo o país e delegações vindas da América Latina e África. A Marcha da Mulher Negra, que ocorreu nesta quarta-feira (18) e reuniu cerca de 10 mil pessoas, teve como intuito o papel de buscar uma reparação histórica do seu protagonismo e dar visibilidade as suas movimentações, tendo em vista que, a mulher negra, ocupa as principais estatísticas de subempregos, feminicídios e baixa escolaridade, reflexos do histórico descaso promovidos nos últimos séculos.

“O Brasil é crespo!”

A 1ª Marcha do Orgulho Negro, que ocorreu em São Paulo em julho deste ano, levou a importância da identidade negra para as ruas na Avenida Paulista.

Participante da manifestação, Maria do Carmo, professora, afirmou que é preciso um processo de aceitação das origens para criar o empoderamento, “Não alisar seu cabelo e aceitar como ele é, naturalmente é ir contra o padrão que a sociedade nos impõe”.

Na página do Facebook do “Orgulho do Cabelo Crespo” os organizadores da marcha publicaram uma mensagem sobre o sucesso o evento.

“Logo que realizamos a 1ª Marcha do Orgulho Crespo, fomos procuradas por diversas pessoas do Brasil todo, que queriam levar o evento para as suas cidades. Desde então, temos trabalhado com algumas dessas articuladoras para que o movimento tenha coerência com a proposta original e se fortaleça no âmbito nacional”

Apenas no mês de novembro, ocorreram marchas do orgulho crespo em Feira de Santana, Porto Alegre e no próximo dia 29 a manifestação será em Brasília.

Dia de Combate à Intolerância Religiosa

Lutando contra o preconceito intrínseco na sociedade perante as religiões de matrizes africanas, foi estabelecido em 1997, o dia 21 de janeiro como o “Dia de Combate à intolerância Religiosa”. Todos os anos, várias manifestações culturais ocorrem no sentido de denunciar a desinformação e perseguições aos praticantes da Ubanda e Candomblé. Recentemente, um episódio chamou a tenção da sociedade. A menina Kaylane, de apenas 11 anos de idade, caminhava na rua após participar de uma festa de Candomblé no Rio de Janeiro, quando foi atacada com pedradas. A criança se feriu na cabeça.

Na época, a deputada estadual Leci Brandão comentou o episódio. “Uma menina de 11 anos que poderia ter sido morta por usar branco e acreditar em um orixá. Eu, Leci Brandão, ando de branco toda sexta-feira, dia de Oxalá, todos os meus trabalhos musicais, desde 1985, fazem saudações para um Orixá na última faixa e na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) faço a defesa da religião de matriz africana, pois meu mandato cumpre também o papel de desfazer preconceitos e dar voz as minorias”, afirma.

Intolerância Religiosa é crime

Apesar das tímidas punições dos atos de racismo que ocorrem no país, desde 1989, o ato de discriminação, preconceito de raça, cor, etnia, religião são considerados crimes no Brasil. A Lei nº 7.716, pune o infrator com reclusão de dois a cinco anos e multa.

 

Do Portal Vermelho

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