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quinta-feira, 28 março, 2024

Afinal, quem são russos e americanos no espaço aéreo sírio – parceiros ou inimigos?

© AFP 2017/ US NAVY / MC2 JACOB G. SISCO
Em junho deste ano, pilotos americanos solicitaram 3 vezes autorização para derrubar aviões militares sírios, afirmou o general da Força Aérea dos EUA, Charles Corcoran, em uma entrevista a um portal norte-americano.

De acordo com o militar, os pilotos se referiam à autodefesa ao efetuarem estas solicitações.

“Tentamos diminuir as tensões. Estamos aqui para combater o Daesh [organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países], bem como defender nossas forças daqueles que apoiam o regime sírio”, comentou Corcoran ao portal Military.com.

Mais cedo, em 18 de junho, na província de Raqqa, a aviação da coalizão internacional, encabeçada pelos EUA, derrubou um Su-22 da Força Aérea síria, afirmando que o avião teria lançado bombas contra as tropas da oposição.

Já em 20 de junho, a coalizão derrubou um drone de produção iraniana, do modelo Shahed-129. Outro veículo não tripulado sírio foi derrubado em 8 de junho. As ações da coalizão foram criticadas pela chancelaria russa, enquanto o Ministério da Defesa russo se referiu às ações como “agressão militar em relação à Síria”.

Damasco, por sua vez, comunicou que o Su-22 estava participando de uma operação contra os jihadistas e acusou os EUA e seus aliados de coordenar seus ataques com os militantes.

Corcoran não excluiu a possibilidade de incidentes semelhantes virem a acontecer com mais frequência. À medida que o Daesh vai perdendo seu terreno, os EUA, as forças de Damasco e Moscou começam a atuar no mesmo espaço aéreo.

O militar também comunicou que, em todos os ataques da coalizão, a Força Aérea síria, ou seja, a “aviação desprotegida” — aviões de transporte e os de reabastecimento, saía do espaço aéreo por não saber como a Síria ou a Rússia responderiam.

Após o incidente com o Su-22 derrubado, Moscou afirmou que os sistemas antiaéreos russos na Síria acompanhariam quaisquer objetos voadores na zona de ação da Força Aeroespacial russa, qualificando-os como alvos aéreos.

Corcoran confirmou que os equipamentos russos, verdadeiramente, estão acompanhando a aviação americana, sendo que os contatos entre Washington, Moscou e Damasco são mantidos a um nível altíssimo.

“Os sistemas antiaéreos estão funcionando, mas não acho que os nossos militares sintam alguma ameaça dos mísseis terra-ar por parte dos russos ou sírios”, afirmou. O general considerou as relações entre as partes como “muito calorosas e professionais”.

Sputnik

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