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terça-feira, 19 março, 2024

África do Sul/Luto: País despede-se do histórico lutador Ahmed Kathrada

Joanesburgo – Centenas de pessoas acompanharam esta quarta-feira, o histórico lutador sul-africano Ahmed Kathrada, até à sua última morada, no cemitério West Park, na cidade de Joanesburgo, noticiou a Prensa Latina.
O cortejo fúnebre que conduziu o féretro com a Bandeira Nacional desde a Mesquita de Masjid, em Houghton, no seu trajeto até ao campo santo, iniciou pouco após das 9h00 locais.

Kathrada morreu na madrugada de terça-feira, aos 89 anos, num hospital de Joanesburgo, onde se encontrava internado desde o princípio do mês em curso, quando foi submetido à
uma intervenção cirúrgica para a extracção de um coágulo de sangue no cérebro.

O vice-presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, encabeçou a delegação oficial do governo às exéquias, que contaram também com a presença dos ex-presidentes Thabo Mbeki e Kgalema Motlanthe, ministros, assim como outras personalidades ligadas as distintas instituições, da comunidade muçulmana e da população em geral.

Ao discursar na cerimónia, o primeiro-ministro da província de Gauteng, David Makhura, destacou a contribuição de Kathrada na luta para a libertação e o legado que deixa face ao seu desaparecimento físico.

Por seu turno, Sophia Williams-de Bruyn, a única dirigente femenina participante na histórica marcha das mulheres de 1956, enalteceu o exemplo do defunto, considerando-o de grande lutador.

Complicações pós-respiratórias, associadas à uma neumonía, provocaram um desenlace fatal de quem era um dos três sobreviventes do conotado julgamento de Rivonia (1964).

Nesse processo judicial, com marcado matriz político, foram julgados e condenados a prisão perpétua, importantes líderes do movimento anti-apartheid, entre os quais Nelson Mandela, Walter Sisulu, Govan Mbéki, Raymond Mhlaba e Elias Motsoaledi.

Também integraram o grupo Andrew Mlangeni e Denis Goldberg, ambos sobreviventes do referido processo.

Kathrada, o prisioneiro 468/64, tinha 34 anos quando foi sentenciado e conduzido para Robben Island, onde foi colocado na área de isolamento, conhecida como Secção B.

Esse lugar era destinado só para os réus considerados influentes pelo governo do regime de segregação racial como líderes importantes ou membros das organizações políticas proibidas.

Em outubro de 1982, Kthrada foi transferido para a também penitenciária de máxima segurança de Pollsmoor, na Cidade do Cabo, para se juntar à Mandela, Sisulu, Mhlaba e Mlangeni, que haviam sido ali levados meses antes.

Foi libertado a 15 de Outubro de 1989, aos 60 anos, tendo pernacecido 26 anos e três meses na cadeia, 18 dos quais em Robben Island.

 Fonte: Angop

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