Por Gilberto Maringoni
Além disso, a Companhia era caracterizada por inúmeros projetos culturais, sociais e comunitários em todo o Brasil.
Nunca houve desastre ambiental que chegasse perto dos de Mariana e Brumadinho.
Privatizada nos anos 1990, sob o argumento de ser ineficiente, a Vale – nome insosso e que não diz nada – foi reduzida a uma mineradora.
Extrai ferro e outros metais e os vende em estado bruto para – entre outros – a China.
A Vale foi literalmente desindustrializada e transformada em agente de economia de enclave.
Ou seja, própria de atividade extrativista, com pouca atividade que desenvolva o seu entorno. Tem baixo efeito multiplicador em termos de emprego e de dinamismo econômico. A empresa é especialista em cavar buraco.
A Vale só pode deixar de ser uma empresa de baixa eficiência e danosa ao meio ambiente se for estatal e se estiver articulada com um projeto de desenvolvimento.
Na atividade privada ela pode, no máximo, ser melhor fiscalizada. Mas seu potencial de gerar emprego e uma cadeia produtiva com sinergias em áreas afins inexiste. Ela se subordina à demanda externa por minérios e ponto.
A privatização da Vale foi um atentado à economia nacional.
O fato dos governos seguinte à jamais terem questionado sua privatização – cercada de denúncias de ilegalidades – mostra como desenvolvimento, papel do Estado e soberania são temas difíceis de ganharem prioridade na agenda nacional.
Ah, a Vale, nessas duas últimas décadas, financiou centenas de campanhas de candidatos a todo tipo de cargo eletivo.
É também algo próprio da iniciativa privada.
É possível que isso existe muita coisa.