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sábado, 20 abril, 2024

Bancarrota privada da OI é aviso do que aconteceria com privatização do pré sal

Cesar Fonseca

Fracasso total do modelo neoliberal que o Consenso de Washington, na Era FHC, empurrou goela abaixo dos brasileiros, junto com a Lei de IRRESPONSABILIDADE Fiscal para inviaiblizar a economia brasileira sob capitalismo equilibrista esquizofrênico. A segunda rodada do sucateamento está em marcha agora com o governo Temer que fixa teto de crescimento de gasto público para equilibrar o sistema como se o capitalismo não fosse essencialmente processo de desequilíbrio intrínseco em sua caminhada irreversível para sobreacumulação e oligopolização de capital até que entra em crise de realização de lucro. O exemplo da OI que entrou em bancarrota sinaliza que a estratégia Temer-Meirelles para a economia é a de continuar o modelo tucano que produziu a bancarrota OI com dinheiro público. Saída? Estatizar, porque o que está em jogo é o dinheiro e o interesse público, que demanda ação do Estado, visto que o papo de Estado minimalista, em que o governo tem que ficar de fora, para os abutres tomarem conta é conversa fiada para boi dormir. O jogo suicida da OI é o mesmo que se quer fazer em relação à Petrobrás, entregando o Pré Sal para petroleiras internacionais, na bacia das almas. Crime contra a economia popular. O grande crime da OI é o grande aviso contra os assaltantes do patrimônio público pregadores de ajuste fiscal que esconde o discurso de entrega do patrimônio nacional.

Privataria tucana mostrou a que veio com a bancarrota da OI: empurrar o povo brasileiro pelo cano
E agora, adeptos do estado minimalista, pregadores da economia de mercado puro, que sobreviveria na livre concorrência, que explicação vossas sumidades dão para a bancarrota da OI, consórcio privado que se organizou, na Era FHC, para privatizar a telefonia fixa, avançando, posteriormente, no comércio de celulares, até que implodiu em dívidas, sem conseguir suportar-se, competitivamente, no mercado, o deus dos esquizofrênicos neoliberais?
O que ficou claro é que o capitalismo não suporta o livre mercado, a concorrência.
A concorrência perfeita não existe, seria o fim do capitalismo, que não sobrevive nela.
Quanto mais concorrência, mais caem os preços, mais a taxa de lucro desaba, mais aumentam os estoques, sinalizando deflação, bancarrota, enfim falência do capital.
Em nenhum lugar do mundo esse sonho se realizou, só na mente que viaja na maionese da ideologia equilibrista escapista.
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O consumidor, na hora em que os preços caem, quando poderia usufruir da tal lei do livre mercado, fica, apenas, na vontade, porque as empresas, sob competição agressiva, entram em falência, pedem socorro judicial, como acaba de fazer a OI.
Somente será possível sobreviver, se o governo socorrer ou estatizar.
No limite, como disse o grande escritor americano, Jack London, autor de “Tacão de Ferro”, o capitalismo cria os dois grandes gigantes monopolistas, que se debaterão em luta de morte no final dos tempos: de um lado, o estado, de outro, a superconcentração privada.
O Estado, em nome do interesse público, é convocado a intervir, para evitar o massacre do consumidor pelo gigante privado.
No momento, vê-se, no Brasil, o povo, por meio dos seus representantes, nos governos estaduais, falidos, recorrem à justiça contra o juro composto, que massacra a economia popular.
O oligopólio privado bancário, que impõe aos correntistas toda espécie de abusos, para extrair deles lucros crescentes, exige, em contratos draconianos, juros sobre juros sobre juros sobre, como forma de eternizar sobreacumulação de capital às custas do suor dos outros.
Até quando?
Até que a sobreacumulação se volte contra os próprios capitalistas em forma de queda de preços e acumulação de estoques que jogam no chão a taxa de lucro, como ocorre em todas as crises, no capitalismo.
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As bancarrotas são assim, porque a corrida ao lucro produz as bolhas especulativas, como aconteceu no crash global de 2007-2008, quando os bancos entraram em estresse, sobrevivendo.
Conseguiram sobreviver, apenas, mediante socorro estatal, porque o Estado, sob a financeirização econômica especulativa global, passou a ser dominado pelos banqueiros.
A situação da concentração de capital ficou tão problemática que os próprios banqueiros, que mandam nos bancos centrais, aceitaram conviver com juro zero ou negativo, para evitar completa destruição das forças produtivas.
O juro virou arma contra o próprio capital que dele foge porque ele mata as forças produtivas e com estas mortas quem morre no final são os próprios bancos, dialeticamente.
Mas, voltemos à bancarrota espetacular da OI.
Somente conseguiu sobreviver com empréstimos de bancos públicos, como demonstrou Elio Gaspari, no domingo, antecipando queda do monstrengo inchado pela privataria tucana criminosa impune.
Ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal, o monstro telefônico, inicialmente, comandado por quadrilha, articulada pelos irmãos Jereissati(quem diz quadrilha não somos nós, mas Luiz Carlos Mendonça de Barros, quem articulou, como presidente do BNDES, a negociata), endividou-se em R$ 6,5 bilhões; com o BNDES, R$ 4,5 bilhões; ao próprio governo, R$ 5 bilhões, em impostos e multas(rico não paga imposto no Brasil) e com despesas de advogados, R$ 6 bilhões/ano, R$ 500 milhões/mês.
Começou como Telemar, virou OI, associou-se à Brasil Telecom, formando-se Super Tele, adquirindo 62% do mercado de telefonia fixa.
Ou seja, crescente oligopolização, para evitar concorrência.
De privado, o negócio não tinha, praticamente, nada, porque 49% do total da OI estão na mão do BNDES e de Fundos de Pensão.
Nessa etapa de vida do negócio, quando se pensava que o mesmo estava indo bem, emergiu passivo de R$ 2,5 bilhões mais uma dívida de R$ 27,5 bilhões.
Para tentar se salvar(o que não aconteceu, como comprova pedido de recuperação judicial solicitado nessa segunda feira), a OI correu para se associar a outro gigante, a Portugal Telecon.
Criou-se, ao final, ativo com faturamento de R$ 37, 5 bilhões/ano, garantido, supostamente, por 100 milhões de clientes.
Salvação?
Não!
Danação!
O negócio da quadrilha mergulhou no abismo da tendência secular da queda da taxa de juro do capital sobreacumulado oligopolizado.
Vê-se, agora, que o papagaio final alcança perto de R$ 70 bilhões.
Quem vai bancar o prejuízo?
Claro, o povo, que o governo Temer quer empobrecer retirando-lhe conquistas sociais.
Escândalo monumental, herança fantasticamente fracassada da privataria tucana que, agora, Temer quer ressuscitar, para o Brasil ao novo sucateamento, à entrega do Pré Sal.
Qual a saída?
Estatizar a OI, evidente, já que o dinheiro que está lá é do povo, seu maior credor, candidato a levar o cano.
Dinheiro estatal bancando farra de quadrilha privada.
Buraco escandaloso muito superior ao prejuízo pretenso da Petrobras que segundo especialista não existiu já que a empresa dá lucro, tanto que já se anuncia recuperação rápida do poderoso patrimônio criado por Vargas.
A bancarrota da OI é aviso prévio de que o mesmo acontecerá com Petrobras, se os neoliberais conseguirem materializar seu discurso, o de entregar o Brasil em nome do desenvolvimento antinacional para os capitalistas estrangeiros, enquanto o povo brasileiro continuará empobrecendo, agora, sob impacto de golpe político jurídico midiático, para aprofundar o sucateamento econômico nacional.

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