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quinta-feira, 28 março, 2024

Cresce revolta contra o golpe eleitoral em Honduras

Várias regiões foram palco de protestos contra o golpe eleitoral que assombra o país. Em comunicado da Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o representante da entidade denúnciou e numerou as “intrusões humanas deliberadas” na contagem de votos e que colocam em dúvida o resultado das eleições, favorável para Juan Orlando Hernández

Protesto exigia novo processo eleitoral. Foto: ALBA Movimientos Protesto exigia novo processo eleitoral. Foto: ALBA Movimientos  Manifestantes se mobilizaram no domingo (17) contra o anúncio do TSE de Honduras que oficializou Juan Hernández como suposto vencedor das eleições, com 43% dos votos.

Os protestos foram fortemente reprimidos por agentes do governo. Várias zonas do país presenciaram os atos contra o golpe eleitoral; a repressão militar em Choluteca, no sul do país, fez diversas vítimas. Já em Juticalpa, as ruas se encheram de manifestantes que pediam um novo processo eleitoral.

Reivindicação, aliás, defendida pelo Secretário Geral da OEA, Luis Almagro. “Diante da impossibilidade de determinar um vencedor, o único caminho possível para que o real vencedor seja o povo de Honduras é convocar novas eleições gerais”, disse em um comunicado divulgado pela OEA nas redes.

Almagro analisou os resultados do informe da Missão de Observação em Honduras, que qualificou o último processo eleitoral como irregular e deficiente, o que impede “certezas a respeito do resultado”. “Intervenções humanas deliberadas no sistema de informática, eliminação intencional de rastros digitais, impossibilidade do conhecimento do número de vezes em que o sistema foi violado, malas de votos abertas sem atas, improbabilidade estatística extrema quanto aos níveis de participação dentro do mesmo departamento, papéis de votos em estado de recente impressão e irregularidades adicionais, somadas à estreita diferença de votos entre os dois candidatos mais votados, fazem com que seja impossível determinar com a certeza necessária o vencedor”, declara o Secretário-greal.

A Secretária Geral da OEA informou ainda que “para acompanhar Honduras nesse caminho” designou como “Representantes Especiais” os ex-presidentes Jorge Quiroga e Alvaro Colom, que ficarão responsáveis pelos “trabalhos necessários para um novo processo eleitoral e pela conciliação democrática”.

Hunduras teve suas eleições no dia 26 de novembro, e durante o processo observadores internacionais denúnciaram inúmeras irregularidades. Na metade da contagem dos votos, o candidato da Aliança de Oposição, Salvador Nasralla, tinha uma vantagem de cinco pontos percentuais sobre Hernández; contudo, quando faltavam pouco mais de 5mil atas para o resultado, o sistema do TSE caiu e a contagem ficou paralizada. Quando se restabeleceu, a diferença entre ambos os candidatos havia se reduzido, até que a vantagem ficou para Hernandéz, atual presidente.

Foi apenas no domingo (17) que o TSE finalizou o resultado das eleições e oficializou Hernández como presidente reeleito, ignorando as inúmeras manifestações contra a fraude, que registraram mais de 15 mortos, 1500 detidos e diversos feridos devido a forte repressão por parte de agentes do governo.

Do Portal Vermelho, com informações da TeleSUR

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