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Dilma deve denunciar golpismo de Temer que transformou mídia em Velhinha de Taubaté

Cesar Fonseca em 12/04/2016

MÍDIA SE DEIXA ENGANAR PELO JOGO GOLPISTA DO VICE O que a presidenta Dilma Rousseff deveria fazer depois do vazamento do pronunciamento do vice Michel Temer, em atitude, abertamente, golpista, dando uma de senador Auro de Moura Andrade, presidente do Congresso, que, em 1º de abril de 1964, declarou vaga a cadeira do presidente Jango Goulart, quando, ainda, estava no poder, exercendo, constitucionalmente, suas funções constitucionais? Claro, convocar a rede nacional de comunicação para fazer alerta à nação contra esse ato provocador, ousado e, sobretudo, antidemocrático, contribuindo para aprofundar divisão política no Brasil em momento político dramático.

Midia tupiniquim prova que

 

atua como verdadeiro partido

 

político a favor do golpechment

 

Camarotti,depois de conversar com Temer, convenceu-se de que ele não teve intensão de vazar nada. Crente religioso adepto da Velhinha de Taubaté

Não é de agora que Temer tem se comportado como traidor, usando do seu cargo para fazer política contra a titular do Planalto.

À luz do dia, transformou-se em operador ativo do golpe, mobilizando, descaradamente, os agentes políticos e econômicos, principalmente, já preparando composição de seu eventual futuro governo, caso o golpechment seja aprovado, no Congresso.

Produz o vice seguidas ejaculações políticas precoces, na tentativa de criar fatos para dificultar a governabilidade, de modo a alimentar noticiário catastrofista, como se o País tivesse à deriva, algo mentiroso, visto que as atividades produtivas estão funcionando, embora seja evidente a crise capitalista, que é mundial, não existe, apenas, no Brasil.

A grande mídia joga o jogo de Temer.

Foi escandalosa a interpretação dos comentaristas em geral, dando crédito excessivo a ele, como se tratasse de verdade incontestável a versão de que teria sido vazado discurso de posse dele, na presidência, com Dilma, ainda, no cargo, para criar fato político.

O vice cometeu ato falho, engano? Tenha paciência, Azedo, não abusa da inteligência alheia.

Constrói-se discurso de que o vice praticou gafe, como destaca o Correio Braziliense, enquanto o comentarista político  Luiz Carlos Azedo considera que agiu por engano.

Me engana que eu gosto.

Gerson Camarotti, comentarista da Rede Globo, por exemplo, chegou a ser hilário.

Excitado, disse que conversara longamente com o vice e colhera dele impressão de sinceridade absoluta na justificativa do ato político golpista.

Temer, acrescentou, ficou, até, muito chateado com o vazamento, “como pude perceber”, contrariando imagens de justificativas dadas pelo próprio vice, quando aparentou satisfação pelo resultado da sua ousadia política temerária.

Camarotti deu uma de Velhinha de Taubaté, famosa personagem do escritor Luís Fernando Veríssimo, crente absoluta nas histórias dos políticos.

E, como Camarotti, demais profissionais Globais se mostraram condescendentes, como Merval Pereira, também, mostrando-se, igualmente, crente na “verdade” espalhada por Temer.

Político experimentado que é, cairia, se não quisesse, na onda de mandar, por zap zap, mensagem para correligionários, cuja função, como se sabe, é espalhar as novidades do chefe, sintonizados com interesses dele etc?

Merval: ácido com Lula e Dilma; doce e melado com Temer.

Se ocorresse o oposto, ou seja, tivesse sido Lula ou alguém do governo pego no contrapé, haveria um auê fantástico dos atores globais do jornalismo oligopolizado, ironizando, duvidando, acrescentando chistes e outros bichos, para vender aos telespectadores o que lhes interessa, a desmoralização dos argumentos oferecidos.

Mas, em relação a Temer, que alimenta as esperanças da burguesia brasileira de que sejam, por meio de políticas temeristas, tomadas medidas de arrochos sobre os trabalhadores, para fazer o ajuste fiscal neoliberal, que Dilma e Lula se recusam a fazer, esforçam os comentaristas em vender versão amenizada, favorável aos interesses dos golpistas.

Merval, cínico, diz que a mídia cumpre seu papel.

Que papel!

Os governos petistas, que falharam, clamorosamente, no plano da comunicação social, rendendo-se ao oligopólio midiático, sintonizado com os interesses antinacionais, ao não ter democratizado os meios de comunicação, por meio de regulação de capítulo constitucional sobre o tema, sentem, agora, o tamanho do erro que cometeram, privando a sociedade da diversidade informativa, democrática.

A sociedade brasileira está dominada por ditadura midiática, que a leva a acreditar no inacreditável, por exemplo, de que o impeachment é legal, graças ao tempero dos comentários mais inverossímeis e absurdos possíveis.

Sem ter a coragem de Brizola, que enfrentou a Globo, temem os petistas ser proativos; receiam ataques, chantagens, ameaças etc.

A grande mídia, atuando como partido político, materializou, por conveniência, a grande criação de Luís Fernando Veríssimo.

Enquanto isso, agindo como verdadeiro partido político da oposição, já que essa se mostra impotente, ideologicamente, o poder midiático age com autêntico espírito de classe; cuida de tentar fazer crer que a luta de classe é coisa do passado, quando se trata de discutir ideologicamente os interesses dos trabalhadores diante dos interesses do capital.

O tratamento dado pela mídia tupiniquim sobre a ”gafe”, o “engano”, o “ato falho”, praticado por Temer, é a expressão pronta e acabada do comportamento político partidário dela relativamente ao processo do golpechment em marcha.

O governo Dilma estaria de todo desarmado, nessa hora, ou, ainda, lhe resta alternativa, no campo da comunicação com a sociedade, para defender o seu lado, o lado da notícia que a grande mídia esconde, considerando legal o que inúmeros juristas respeitados no Brasil e no exterior consideram ilegal?

Cristina Kirchner, ex-presidenta argentina, diante da agressividade midiática, não titubeava, falava, diretamente, ao povo, convocando rede nacional de comunicação.

Por que Dilma tem perdido essa oportunidade, principalmente, agora, em hora extraordinária, que exige ação, igualmente, extraordinária?

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