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quinta-feira, 25 abril, 2024

EUA isolados na ONU. 192 países votaram a favor da suspensão do bloqueio à Cuba

Nesta terça (28/10), na Assembleia Geral das Nações Unidas, o mundo votou com Cuba em apoio à Resolução pela suspensão de 55 anos de boqueio à Ilha.

Somente os Estados Unidos e Israel votaram a favor do bloqueio. Embora o voto não tenha efeito vinculativo ele enviou uma clara mensagem ao governo norte-americano no que se refere ao longo bloqueio à Cuba.

Em 2016, pela primeira vez em 24 anos, ocorreu a abstenção histórica dos Estados Unidos na votação contra a Resolução. Em seu discurso às Nações Unidas, Nikki Haley, embaixadora dos EUA, disse à Organização que seu país, os EUA, iam reverter a decisão uma vez que o povo norte-americano havia se manifestado quando elegeu um novo presidente – Donald Trump, o qual apoiava o bloqueio.

Nikki disse que a delegação dos EUA ia votar pela continuação do bloqueio em solidariedade ao povo cubano. Josefina Vidal, negociadora-chefe de Cuba nas conversações com os Estados Unidos, qualificou de desrespeitosos à ONU e um insulto à Cuba os comentários de Nikki Haley.

Os comentários de Haley também estão em contradição com a opinião pública norte-americana, a qual é a favor da normalização das relações com Cuba e o fim do bloqueio.
Na terça-feira, 31 de outubro, um grupo de senadores do Partido democrata fez um apelo por escrito a Trump pedindo que o governo americano se abstivesse, mais uma vez, de votar a favor do bloqueio. “Nosso fracassado embargo à Ilha tem sido repetidamente e publicamente condenado pela comunidade internacional como ineficaz e nocivo ao povo cubano, escreveram os senadores. “Isso afeta a nossa credibilidade tanto regional como internacional”, concluíram eles.

Em seu discurso às  Nações Unidas, Bruno Rodriguez, ministro do Exterior de Cuba, condenou a fala “ofensiva e interferente” de Nikki Haley.

Rodriguez descreveu o bloqueio como “uma flagrante, sistemática e massiva violação dos direitos humanos de todos os cubanos.” Isso pode ser descrito como um ato de “genocídio” e “um obstáculo” à ajuda humanitária que Cuba presta a 81 países em termos de brigadas medicas e treinamento em várias áreas, disse ele.

Representantes dos países através do globo falaram em apoio à Resolução cubana, aproveitando para elogiar Cuba pela solidariedade internacional prestada a vários países pobres na forma de assistência médica, educacional e treinamento em várias áreas, a despeito dos efeitos do bloqueio sobre sua própria economia.  Eles também lamentaram a deterioração das relações entre os EUA e Cuba em seguida à eleição de Donald  trump, e pediram o retorno à agenda de relações respeitosas  com a Ilha.

Em resposta à votação na ONU, o diretor da CSC, Rob Miller, disse:

“Esta é uma atitude cínica do governo norte-americano. O governo Trump, em seu desespero para tranquilizar políticos de direita, está sistematicamente  destruindo os últimos dois anos de progresso nas relações diplomáticas entre os dois países.

“Em um momento crucial como agora quando Cuba precisa de materiais e equipamentos para ajudar na recuperação do Furacão IRMA , a política dos EUA parece mais odiosa do que nunca. É de importância vital manter a campanha internacional contra o bloqueio à Cuba, a fim de que o governo norte-americano receba uma mensagem clara de que o resto do mundo apoia o povo cubano em sua luta para pôr fim a esta política cruel e arcaica”.

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