Caracas, 11 nov (Prensa Latina) Na metade do caminho entre a esperança e a incerteza, milhões de cidadãos permanecem à espera em relação ao diálogo Governo-oposição pela paz na Venezuela, cujos resultados preliminares são anunciados hoje.
Com apoio da União de Nações Sul-americanas, o acompanhamento do Vaticano e a mediação do ex-chefe do Governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, além dos ex-presidentes Martín Torrijos (Panamá) e Leonel Fernández (República Dominicana), o encontro começou no dia 30 de outubro.
No entanto, de maneira evidente ou oculta, as mesmas organizações opositoras que se sentaram à mesa movem os fios da violência para desestabilizar o país, boicotar o processo pacificador e derrubar o Governo Bolivariano.
Uma pequena demonstração é o deputado da Assembléia Nacional (de maioria opositora), Freddy Guevara, coordenador da partido Voluntad Popular, que anunciou para amanhã uma mobilização para tomar o Palácio de Miraflores (sede do Governo), se nesta sexta-feira o presidente Nicolás Maduro não renunciar.
Sua posição é apoiada por outros dissidentes, que organizaram um foro nesta capital só para coordenar as ações da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), se os primeiros resultados não lhes satisfizerem.
Nesse contexto, o presidente do Parlamento, Henry Ramos Allup, negou que as partes possam encontrar soluções democráticas a suas diferenças e indicou que a MUD e a Assembleia continuarão com sua agenda se os resultados não incluírem a saída do chefe de Estado.
Nesse sentido também se pronunciou a organização Vente Venezuela, liderada por María Corina Machado, ao declarar por meio de um comunicado que se nega a aceitar qualquer acordo que não contemplar um referendo revocatório em 2016 e se não for realizado um julgamento político contra Maduro.
Caso contrário, defendemos que seja aplicada à Venezuela a Carta Democrática Interamericana da Organização de Estados Americanos e realizados protestos cívicos, que desafiantes e permanentes nas ruas, afirmou o deputado em coletiva de imprensa.
Isso, além das inumeráveis tentativas de motins armados, chamados à violência e articulações injerencistas a exemplo de Ramos Allup, são denunciados constantemente nas mobilizações organizadas pelo Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) nos 24 estados da República.
A respeito, esta semana, o primeiro vice-presidente do PSUV Diosdado Cabello alertou em Barcelona, estado Anzoátegui, sobre as verdadeiras intenções da direita, à qual acusou de submissa e apátrida por chegar ao diálogo ‘só porque mandaram aqueles que os financiam e dirigem a partir dos Estados Unidos’.
A oposição, disse, acha que nos engana ao se sentar a dialogar, mas com suas chantagens e exigências é possível descobrir que só tentam buscar atalhos e violar a Constituição para tentar tirar o mandatário.
Vão ter que enfrentar o povo mobilizado, porque não aceitaremos nada fora de nossas leis, enfatizou.
O possível acordo entre as partes para continuar o caminho da negociação recebe demonstrações reiteradas de apoio popular, assim como de outros países e organizações internacionais, principalmente porque consideram que evitará enfrentamentos civis e preservará a paz.
Maduro reiterou ontem, durante um ato de entrega de moradias no estado Trujillo, que o diálogo procura pontos de encontro para garantir justiça, respeito aos poderes públicos e à convivência pacífica, para superar a atual situação econômica no país.
Acreditamos na democracia e na paz para lidar com nossos assuntos e nunca abandonaremos esse caminho, ainda que a oposição continue minando, declarou.