Aumentam os casos de violência com perfil de motivação política envolvendo militantes do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) no Ceará. Depois de uma universitária estuprada na Unifor na última semana e o assassinato de um eleitor de Fernando Haddad que participava de uma carreata em Pacajus, duas jornalistas sofreram agressões enquanto trabalhavam na cobertura da festa dos apoiadores na capital cearense.
A repórter do O Povo foi derrubada de cima de um equipamento de som da organização e teve os dedos feridos. Ela teria dito ainda que foi agarrada pelo rosto, agredida verbalmente e ter assediada por militantes. Já a jornalista a Verdes Mares ouviu ataques verbais e o carro da emissora foi apedrejado.
Repúdio
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional dos Jornalistas(FENAJ) já se manifestaram condenando os atos. “Repudiamos as agressões cometidas por partidários e eleitores de Jair Bolsonaro a repórteres do O Povo e da TV Verdes Mares durante a cobertura da comemoração pela vitória do candidato eleito do PSL, em Fortaleza, na noite deste domingo. Como haviam alertado as entidades, Jair Bolsonaro e seus correligionários não têm apreço sequer à democracia, muito menos às instituições democráticas, incluindo a imprensa. Lamentavelmente, duas jornalistas foram ameaçadas e agredidas no momento de seu exercício profissional dentro do espaço organizado pelo PSL. O Sindjorce e a FENAJ exigem apuração e punição dos agressores. A violência contra os jornalistas é um atentado à democracia. Não nos calaremos!”
De Fortaleza,
Carolina Campos