Por Deisy Francis Mexidor
Bloemfontein (Prensa Latina) Diz a doutora Odalys Govín, colaboradora cubana na província sul-africana de Free State, que seu coração está à prova desde que chegou aqui.
Chegou há nove meses a este país. É sua primeira missão. ‘Meu trabalho é como especialista na clínica forense de Bloemfontein, onde atendo as vítimas de crime de violação’, explica a doutora Govín em entrevista à Prensa Latina.
Na África do Sul, categoricamente, a violação é um problema social, sublinhou Govín enquanto comenta que por suas mãos passam ‘uma média de 9 a 10 vítimas diárias a quem lhe compete examinar e emitir o parecer técnico para depois ir à corte’.
É o que constitui a prova pericial e testemunhal da promotoria e da corte, acrescentou.
Ao falar tenta escolher cada uma de suas palavras, porque ‘do ponto de vista humano há coisas muito tristes. Apesar de mais de 20 anos de experiência profissional isto tem sido como uma nova escola’.
Tenho visto muitas crianças que são vítimas de violações, e essas crianças em muitos casos são portadoras de doenças sexuais que, realmente, em Cuba nem pensar, acrescentou.
São casos muito dramáticos e deveras o sentimento traz um aperto no peito em mais de uma ocasião, expressou a doutora Odalys.
Confessou que quando regressar depois de três anos a Cuba, levará consigo ‘em primeiro lugar a alegria de ter oferecido meu serviço e meu modesto conhecimento a este povo que tanto luta pela melhoria social’.
Em segundo lugar – sublinhou – ‘vão comigo os ensinamentos que espero compartilhar em minha terra com meus alunos, com meus residentes’.
Como resumiria sua ficha? – pergunta a repórter: ‘Sou de Havana, do município Praça da Revolução. Médica forense. Trabalho no Instituto Nacional de Medicina Legal. Sou professora da Faculdade Salvador Allende’.
E quem espera você em Havana? ‘Espera-me em primeiro lugar minha família, meu filho que essa é minha vida, meu esposo, meus companheiros de trabalho que têm mantido dia a dia a comunicação comigo e com todos os meus desde que estou aqui’.
Quase 600 colaboradores, entre eles 408 médicos, prestam seus serviços na África do Sul, uma cifra em aumento desde que há duas décadas chegaram a esta nação os primeiros cooperadores cubanos da saúde em virtude de um programa idealizado pelos líderes Fidel Castro e Nelson Mandela.