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quinta-feira, 28 março, 2024

Irã designa todas as tropas dos EUA no Oriente Médio como terroristas

© AP Photo / Vahid Salemi
ORIENTE MÉDIO E ÁFRICA

O presidente iraniano Hassan Rouhani assinou um projeto de lei nesta terça-feira declarando todas as forças dos EUA do Oriente Médio como terroristas, chamando o governo dos EUA de patrocinador do terrorismo.

A lei foi aprovada pelo Parlamento na semana passada em retaliação à decisão do presidente Donald Trump este mês de designar a Guarda Revolucionária do Irã como uma organização terrorista estrangeira.

Não ficou claro qual seria o impacto da nova lei iraniana sobre as forças dos EUA ou suas operações no Oriente Médio.

Rouhani instruiu o ministério da inteligência, Ministério de Relações Exteriores, as Forças Armadas e o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã a implementar a lei, informou a mídia estatal.

A lei rotula especificamente como uma organização terrorista o Comando Central dos Estados Unidos (Centcom), responsável pelas operações militares norte-americanas no Oriente Médio e no Afeganistão.

“Essas duas forças [Guardas e Centcom] que são designadas como grupos terroristas reciprocamente podem se confrontar (mutuamente) no golfo Pérsico ou em qualquer outra região. Os Estados Unidos certamente serão responsáveis por tal situação”, afirmou o vice-ministro de Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, citado pela agência estatal de notícias Irna nesta terça-feira.

Os Estados Unidos já colocaram na lista negra dezenas de entidades e pessoas para filiações com os Guardas, mas até a decisão de Trump não a organização como um todo.

Compreendendo um número estimado de 125 mil militares com unidades militares, navais e aéreas, a Guarda Revolucionária (IRGC) também comanda a Basij, uma força paramilitar voluntária religiosa, e controla os programas de mísseis balísticos do Irã. As forças de Quds no exterior dos Guardas lutaram contra as guerras por procuração do Irã na região.

As relações de longo prazo entre Teerã e Washington pioraram em maio de 2018, quando Trump abandonou um acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências mundiais, alcançado antes de tomar posse, e voltou a impor sanções.

Os comandantes das Guardas Revolucionárias disseram repetidamente que as bases norte-americanas no Oriente Médio e os porta-aviões norte-americanos no Golfo estão dentro do alcance dos mísseis iranianos.

Rouhani disse na terça-feira que a República Islâmica continuará a exportar petróleo, apesar das sanções norte-americanas que visam reduzir os embarques do país para zero.

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