Londres, (Prensa Latina) O líder laborista, Jeremy Corbyn, deixou entrever neste domingo (17) que seu partido impulsionará uma moção de confiança contra a primeira ministra Theresa May se o Parlamento recusa por terceira vez seu plano para abandonar a União Européia (UE).
O veterano político opositor adiantou que os laboristas votarão novamente contra o acordo negociado por Londres e Bruxelas sobre o Brexit, como lhe conhece à decisão adotada pela maioria dos britânicos de deixar a UE.
Achamos que é um Brexit às cegas, que danificará à economia britânica, recalcó Corbyn, quem também não descartou a possibilidade de apoiar a celebração de um segundo referendo, tal e como promovem setores partidários da permanência do Reino Unido dentro do bloco europeu.
Aclarou, não obstante, que sua prioridade é evitar que o país abandone a aliança sem nenhum tipo de acordo o 29 de março.
A prioridade é que tenhamos uma futura relação comercial com a UE, porque agora vamos para o abismo, remarcó Corbyn, quem defende a permanência do Reino Unido dentro de uma união alfandegária e do mercado único europeu ainda após consumado o divórcio.
May, cujo plano para o Brexit tem sido recusado duas vezes pela Câmera dos Comuns, tenta convencer aos parlamentares de que seu acordo é a melhor opção para honrar a vontade do 51,8 por cento dos britânicos que votaram em prol de abandonar a UE no referendo de junho de 2016.
Segundo a Primeira Ministra, quem em janeiro passado superou uma moção de confiança promovida pelos laboristas, se sua proposta é descartada novamente na votação prevista para a terça-feira próxima, o Reino Unido poderia não abandonar jamais a aliança.
De conseguir o apoio parlamentar, May deverá a pedir ao bloco europeu que aceite prorrogar a saída, inicialmente prevista para o 29 de março, por outros três meses.
Um adiamento do Brexit para além do 30 de junho obrigaria a Londres a participar em maio nas eleições para a Eurocámara, o qual, advertiu neste domingo a dirigente, seria a melhor demonstração do falhanço político coletivo do Parlamento britânico.
O principal ponto de disenso arredor do Brexit gira sobre uma cláusula incluída pelo bloco europeu no acordo original para impedir o estabelecimento de uma fronteira dura entre Irlanda e a província britânica de Irlanda do Norte.
Segundo essa salvaguarda, que Bruxelas assegura terá um caráter temporário, o território norirlandés seguiria baixo as regulações aduanales e comerciais européias até tanto o Reino Unido e a aliança assinem um novo acordo.
Mas os partidários do Brexit, entre os que se encontra o influente Grupo de Investigação Européia, formado por deputados conservadores de linha dura, temem que o Reino Unido poderia seguir atado à UE, ainda após consumado o divórcio.