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sexta-feira, 19 abril, 2024

Não pergunte ao Posto Ipiranga

 por Janderson Lacerda

Acho engraçado como os candidatos lidam com os números: “Nós investimos 45 bilhões em transporte público; nós retiramos 15 milhões de pessoas da pobreza; durante o nosso governo 13 milhões de empregos foram criados”…

Desconfio que os políticos pensem que para impressionar os eleitores é preciso mencionar números e discutir economia como se estivesse falando de futebol. Mesmo sem entender nada de futebol e – claro – de economia…

As eleições sempre foram assim no Brasil – um recital de números falsos e de informações a respeito de todos os assuntos. O “político raiz” é aquele que conhece todo o país, que cita com eloquência as dificuldades da região Norte; detalhe: sem nunca ter viajado para esta região!

Penso, no entanto, que as coisas devem mudar na corrida presidencial deste ano. É evidente que as mentiras continuarão sendo contadas e – agora – compartilhadas. Há candidato, por exemplo, prometendo diminuir o estado, quando na realidade sempre foi servidor público. É o caso de Jair Messias Bolsonaro (líder nas pesquisas de intenções de votos), também conhecido como “mito” por alguns e “o coiso” por outros. Bolsonaro foi capitão do exército e depois ingressou na vida pública, acumulou sete mandatos como deputado federal. Mesmo assim, é favorável a diminuição do estado brasileiro. Parece incoerente, e é! Mas, este não é o maior problema.

Bolsonaro deve acabar com o Posto Ipiranga ou, ao menos, com as funções que a empresa privada acumulou ao longo dos últimos anos. Os bolsonaristas alegam que a origem etimológica da palavra Ipiranga vem do tupi e significa “rio vermelho”. Mas, na realidade, não é este o imbróglio.

Ainda não conseguiu entender? Eu explico: a frase pergunte ao Posto Ipiranga deve estar com os dias contados. Isto porque, Bolsonaro já demonstrou que o Posto Ipiranga não é capaz de emitir todas as informações e, tampouco, de suprir a necessidade das pessoas.

O presidenciável quando questionado sobre saúde, responde: “Paulo Guedes”.

Educação? “Paulo Guedes”.

Transporte? “Paulo Guedes”

Economia? “Paulo Guedes”.

E quando alguém mais irritado questiona: “mas você não sabe responder nada”? A réplica é sempre a mesma: “o presidente não tem que saber todas essa coisas. Pergunte ao Paulo Guedes para confirmar”!

 

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