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quinta-feira, 25 abril, 2024

NOSSA DEMOCRACIA É PROTEGER

Nossa democracia é distinta a todas. Porque aquelas
outras—em virtualmente todos os países do
mundo— são democracias formadas por e para as
elites. São democracias onde o justo é o que convém
a alguns poucos. São democracias classistas, onde os
muitos são olhados como mais em quantidade, mas
menos em qualidade.
Na Venezuela, não. Na Venezuela, a democracia é
para os muitos, e o justo é o que é bom para toda a
população. Mesmo como as necessidades da gente
mudam, articulam-se e se renovam, é que o nosso, é
um projeto revolucionário que está numa mudança
permanente.
Por exemplo, faz 20 anos era normal nascer na
Venezuela em meio da violência obstétrica. E estava
longe da nossa imaginação souber que no momento
do parto não está se jogando somente com a saúde
do recém-nascido, mas também a saúde e os direitos
de uma mãe e sua família. Mas a revolução mudou e
virou feminista. E entre todos e todas decidimos
remover a violência machista de nosso sistema de
saúde e colocar às mulheres no comando, através do
programa nacional de parto humanizado, respeitando
seu projeto e decisões enquanto ao nascimento e
educação.
Faz 20 anos, antes de nossa revolução bolivariana,
era normal jogar a culpa do afastamento dos jovens
aos próprios jovens, e se fixou a ideia de que os
pobres tinham essa condição porque eram

preguiçosos e que por isso mereciam uma saúde
paupérrima, salários de fome e viver sem teto. Mas
conosco no Governo a coisa mudou. Falamos alto que
não é justo que alguém siga sendo pobre se trabalha
todo o dia. Por isso é que durante os Governos
chavistas têm se elevado uma política de pleno
emprego, e em meu Governo lançamos, por meio do
“Carnet de la Pátria” —que é um sistema que
integrou digitalmente a todos e todas as
venezuelanas e venezuelanos— o plano “Chamba
Juvenil”, para garantir a nossos jovens o acesso ao
trabalho e a seu futuro.
Falamos também faz 20 anos, que era injusto que a
moradia própria fosse um sonho para o povo, mas
uma realidade só para as elites, e então criamos o
plano “Gran Misión Vivenda Venezuela”, com o que
temos construímos e adjudicado mais de duas
milhões de moradias de qualidade e gratuitas às
famílias, e com o que temos projetado chegar, em
poucos anos mais, aos cinco milhões de moradias
construídas.
Além disso, a partir deste ano, implementarei um
novo plano de Previdência Social para que a
Venezuela volte a ter essa educação e saúde que teve
até antes das investidas e a guerra econômica, e que
nos tinha como exemplo de qualidade para a América
Latina. Uma Previdência Social que estará sustentada
sobre uma economia produtiva estável, soberana e
bem-sucedida, não submetida aos vaivéns dos preços
do petróleo.

A revolução econômica deste novo período
bolivariano tem que ser inovadora e criativa. Porque
decidimos responder ao bloqueio comercial inumano
ao que nos submeteram os Governos dos Estados
Unidos e da Europa, e que tanto dano têm feito ao
nosso povo, com a invenção da primeira criptomoeda
apoiada em riquezas do mundo, o petro, cujos
benefícios já se estão investindo, logo, na própia
gente, como sempre o temosfeito.
Porque para nós é essencial em nossa democracia que
a economia esteja ao serviço do povo e não o povo ao
serviço da economia. Uma economia que é pura
especulação, e não considera como prioridade a
prosperidade e a soberania do povo, é fome para hoje
e amanhã pão para o império. A economia é o coração
de nosso projeto revolucionário. Mas em meu coração
está primeiro que todo o povo. A economia ou é para
o povo ou é abuso. Para nós, os bolivarianos, a
economia é justiça e a democracia, acolhimento.
Na Venezuela usamos uma linda expressão para
chamar os amigos: “Mi pana”. Tem várias explicações,
mas para mim é porque aqui um amigo é um
pedacinho das vísceras de um. E é mesmo assim para
nós, os bolivarianos, a convivência democrática. A
nossa é uma democracia de panas, porque para nós a
Pátria é um pana e o outro é minha entranha. Porque
para nós somente há liberdade e democracia quando
há um outro que pensa distinto à frente, e também
um espaço onde essa pessoa possa expressar sua
identidade e suas diferenças. É por isso que nos
colocamos todo o empenho com paixão em ser
cristalinos, em respeitar e em fazer respeitar as leis
eleitorais para as eleições do próximo 20 de maio.
Estamos afluindo junto com quatro candidatos, todos
diferentes, mas todos respeitosos das garantias
democráticas assinadas por 14 dos 18 partidos
políticos existentes na Venezuela. E esse processo será

asseado e exemplar, do mesmo jeito ou mais do que
tem sidos as dezenas de eleições nas que
participamos os venezuelanos nas últimas duas
décadas.
O que acontece é que a gente aborreceu de estar
polarizada, e resolvimos converter a violência política
das “guarimbas” em poder constituinte, e
encontrarmos em uma Constituição feita pelo povo e
para o povo. É por isso que eu compreendo o
desespero das elites, que por décadas se dedicaram a
converter ao povo em populismo, em insulto, cólera e
barbárie. A nossa em troca é uma democracia
orgulhosamente popular, que dúvida cabe. É uma
democracia da gente.
Uma democracia que é também latino-americana,
africana e indígena. Porque na Venezuela temos um
rito e um mito institucional. Temos ao Bolívar e ao
Chávez. Que não são o passado, mas são história. E
sendo história são também nosso presente, porque
são o sentido de onde conduzimos nosso futuro.
Somos uma democracia única porque somos uma
democracia de Panas, justa, latino-americana,
popular, bolivariana, e onde o outro é a Pátria e a
Pátria somos todos, aqui e agora, avançando juntos.
Porque, como dissesse Neruda:

“Que não nos juntaremos na altura
que sob a terra nada nos espera
mas sobre a terra vamos juntos
Nossa unidade está sobre a terra”.

Nicolás Maduro Moros
Presidente

República Bolivariana da Venezuela

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