O Brasil da confiança… E a sua tropa 1.7.1, da elite

Por Crispiniano Neto*

Michel Temer é chefe de Meirelles;

Joesley diz que Temer é chefe de organização criminosa. A mais perigosa do Brasil, reforça;

Joesley era chefe de Meirelles antes de ele ser ministro… de Temer.

Temer diz que Joesley é bandido de alta periculosidade. Mas a intimidade do bandidão não era só com o superministro, era também com o presidente e sua família. A ponto de emprestar avião, helicóptero, entrar quase à meia noite no Palácio e ainda mandar flores para a primeira dama, a ponto de merecer telefonemas de agradecimento para ele e a senhora sua mãe.

Meirelles que anda pelo mundo chamando empreendedores para investir no Brasil mantém a bagatela de 270 milhões investidas na Baixa da Égua, bem distante das nossas fronteiras. E recebeu recentemente, em contas no exterior, mais de 50 milhões de reais, depois de já ser o ministro plenipotenciário do (des) governo Temer, no Brasil… Dinheiro gordo, ganho aqui, quando o Brasil, segundo ele estava “quebrado”, mas que foi empregar fora, lá para as bandas das sedes dos seus imperiosos impérios.

O detalhe hilário é que Meirelles, como ministro da Fazenda, vive bangolando mundo afora pedindo que investidores estrangeiros tenham confiança na economia, na democracia e na segurança jurídica do Brasil.

Quem pode acreditar em quem?

Dá para acreditar em Temer quando diz que Joesley é bandido? Sim. Com a mais absoluta certeza.

Dá para acreditar em Joesley, quando diz que Temer é chefe de uma organização criminosa? Com muito mais certeza ainda.

Joesley sabe das coisas. Por pior que ele seja, não se pode negar que ele sabe o que está dizendo e sabe com quem está falando.

E Temer também estava certo quando disse que sabia conversar com bandidos…

O Ministro da Fazenda é membro da trupe de um presidente que o ex-patrão dele, Joesley Safadeza, chama de “chefe de organização criminosa de alta periculosidade”

Este ministro da Fazenda, cuja imagem, finalmente começa a ficar embaçada, foi vendida como a de um “salvador da Pátria”, foi membro de subida influência da equipe do empresário corruptor que o presidente da República disse, entre próclises, mesóclises e mediocridades mil, que é um bandido praticante de crimes perfeitos…

E é esse ministro que serve como paradigma de confiança para os empresários brasileiros, mesmo revelando-se tão leviano quanto Levy o foi.

Empresários que por quererem sonegar, fazer patrimonialismo com a coisa pública, receber empréstimos graciosos e ganhar contratos fraudulentos o idolatram, como o fizeram com Delfim Neto, que chegou a dizer na França que era ministro da Fazenda de apenas 10% dos brasileiros. Mas… A narrativa já está na ponta da língua da imprensa golpista para quando essa zorra der na borra de esgoto que já está dando: A culpa foi do PT, que veste vermelho, tal qual Maduro.

Já faz mais de um ano que Temer e Meirelles chafurdam a vida nacional. Mas, o que se pode esperar de uma elite que segue em frente, de pé enfincado, sem ligar para a buraqueira que vai deixando na estrada e de olho de vidro, vidrado no retrovisor.

É isso mesmo, temos aí, “Pato aqui, pato ali, pato acolá”, uma elite que se orgulha de ser a vanguarda do atraso.

Empresários que cultivam e cultuam bandidos de estimação como Joesley, Odebrecht pai e filho, Léo Pinheiro & outros bichos, como os milhares deles que seguem longe das grades, se orgulhando de um presidente bandido e confiando num ministro bandido, feito manequim de alfaiate, com um pau enfiado nas costas e um sorriso congelado nos lábios.

*CRISPINIANO NETO – Engenheiro agrônomo, bacharel em Direito, jornalista com coluna diária no Jornal de Fato, de Mossoró-RN. Crispiniano vive profissionalmente como escritor e poeta, sendo membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, além de ser colono, plantador de caju e criador de ovinos em Serra do Mel – RN.