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quinta-feira, 18 abril, 2024

O espectro da violência tem suas raízes históricas desde o Brasil Colônia

Sergio Jones*
A violência no Brasil é um fenômeno que se manifesta tanto na cidade como no campo. Ela tem nuances várias: o ataque moral, físico, financeiro, racista, entre outras formas. Tal qual uma hidra estende os seus tentáculos a começar pela atuação do sistema capitalista que é omisso chegando, até mesmo na maior parte do tempo, incentivar estas práticas de acordo com os seus mesquinhos interesses econômicos. Como já professava o Imperador Júlio César: dividir para conquistar.
Exemplo significativo nos é apresentado na origem de nossa história, as mães escravas, na sua significativa maioria amantes passageiras, não tinham seus nomes lembrados e, estando ausentes da documentação não  permitem que seus nomes fossem lembrados pelos seus senhores. O mesmo destino fora reservado aos seus filhos, não se sabem se em algum momento foram recompensados ou, se concebidos sob coação e violência. Coube-lhes apenas o esquecimento por terem nascidos escravos.
Não podemos e nem devemos esquecer que a violência se amplia pelos mais diversos estratos sociais. Sendo que os criminosos de maior periculosidade têm endereço certo, é formada por uma casta de políticos corruptos e inescrupulosos, tendo como recheio um grupo de empresários tão corruptos quanto eles, que deixam exalar um cheiro de podridão existente no país e compromete, por extensão, o frágil tecido social que reveste toda a nação.
Bahia lidera índice de violência no Brasil
De acordo com pesquisa realizada pela Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso), o mapa da violência no Brasil sinaliza que 44.861 mil pessoas morreram no país, em 2014. Ela ainda mostra que dois terços dos municípios mais violentos ficam geograficamente situados na Região Nordeste. Sendo considerada como a cidade mais violenta do país Mata de São João, na Bahia, com 102,9 assassinatos com arma de fogo por habitante. Equidistante apenas 60 quilômetros da capital baiana,  Salvador.
Diferentemente do que se possa julgar, o grau da violência vai além do que sonha a nossa vã filosofia. É uma questão estrutural de um país que prima pela impunidade e conta com o arremedo de justiça que atende interesses de uma reduzida casta social. Resultado de um sistema excludente que gera e estimula o modelo de violência existente. Que só poderá ter seus índices reduzidos através da imposição de um modelo político e econômico que seja mais justo para todos. O que se acredita ser uma missão quase impossível quando se trata do modelo capitalista, onde prevalece a ganância e avareza humana. Enquanto a situação continuar como está, o ser humano vai continuar navegando neste mar de incertezas e iniquidade que atinge a todos, sem distinção.
*Sérgio Jones é jornalista colaborador de Pátria Latina e do Pravda Ru

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