Maputo, (Prensa Latina) O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, condenou o assassinato do ex-deputado Jeremias Pondeca, um dos membros de Renamo, principal partido opositor, nas negociações de paz que mantém hoje com o Governo.
‘O presidente da República condena o ato praticado e insta às autoridades competentes a esclarecê-lo’, indica um comunicado da Presidência, divulgado por meios jornalísticos.
Segundo Antonio Muchanga, porta-voz da Resistência Nacional Mozambicana (Renamo), Pondeca saiu na madrugada do sábado, com destino à praia da Costa do Sol, para fazer seus habituais exercícios matinais, mas nunca regressou a seu lar.
A família preocupada contatou com as autoridades e no Hospital Geral de Maputo apareceu seu corpo sem vida com vários disparos de bala. Pelo momento desconhecem-se os autores do crime.
Em sua nota, Nyusi indica que Pondeca ‘prestou uma contribuição valiosa’ como conselheiro de Estado e transmite seus condolências a Renamo.
Apesar do crime, a Resistência anunciou que não abandonará as negociações de paz com o Governo.
Muchanga declarou que aguardam uma convocação e indicação de agenda para a retomada do processo de negociação, interrompido faz uma semana a petição dos mediadores internacionais.
Trascendeu que a continuação das conversas entre as partes, previstas para esta segunda-feira, foi suspensa para a próxima semana ante a ausência de intermediários estrangeiros.
O chefe da delegação de Renamo, José Mantegas, disse à imprensa que a pedido de Mário Raffaelli (coordenador dos mediadores) as negociações não foram retomadas porque não estão todos.
As conversas entre o Governo e Renamo decorrem no meio de confrontos entre forças de defesa e segurança e armados opositores, principalmente na zona central do país.
Depois de atingir uma trégua em setembro de 2014, Renamo aceitou coincidir às eleições de outubro desse ano, mas retomou as armas ao desconhecer o triunfo do governante Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Após a independência, Frelimo e Renamo enfrentaram-se em uma guerra civil.
Ambas organizações assinaram há 24 anos o acordo de Roma, que pôs fim às hostilidades e desde então a Frente governa esta nação, sob acusações mútuas de sequestros e assassinatos de militantes.