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sexta-feira, 29 março, 2024

Risco-Síria: cataclismo nos investimentos ocidentais

Phil Butler, New Eastern Outlook, NEO

“Sem coStrategic Culture Foundation.)

Conquistar – ou, pelo menos balcanizar – a Síria… não há Dominação de Pleno Espectro para os EUA-OTAN” (Síria destroça o sonho do Pentágono, 16/12/2015, Pepe Escobar,

E se você acordasse uma bela manhã, ligasse a televisão nos canais CNN or BBC, e um rosto sorridente e amigável o/a informasse que 10 famílias mandam no mundo? E se fossem 20? E se uma única família tivesse investimentos em todos os cantos do mundo e dinheiro apostado em cada esquina de cada guerra ou conflito que há hoje sobre o planeta?

Ora! Você já sabe que CNN e BBC jamais fariam tal coisa, porque seria repetir “teorias conspiracionais”. Você e todos nós sabemos muito bem que a culpa de tudo é de Vladimir Putin, e que Barack Obama é a derradeira proteção que ainda salva os EUA, o único poder que ainda separa os EUA e o apocalipse. Pois muito bem. Aqui vai o verso real desse mundo paralelo.

As pessoas com quem falei nos últimos dias já parecem resignadas com a ideia de que marchamos para a 3ª Guerra Mundial. Se quiser verificar, faça você mesmo uma rápida pesquisa entre seus familiares e amigos. Nossos filhos têm certeza de que no último momento aparecerá Bruce Willis e nos salvará, ou o Homem de Ferro virá e esmagará os vilões. Entre esses extremos, os verdadeiros heróis estão sendo vilificados, ou são calados à força, porque é assim que o sistema opera. Os que podem aliviar o sofrimento de crianças ucranianas ou sírias arrancadas da própria vida normal, são apresentados como a encarnação do mal, no mínimo.

Por exemplo, um homem na Grã-Bretanha expôs sua heroica versão da verdade sobre a guerra contra a Síria, e nenhum jornal, televisão ou jornalista deu-se o trabalho de ‘repercutir’ as palavras dele. Para que fossem investigadas, pelo menos.

Tony Clarke, porta-voz do Partido Verde, abertamente acusou a empresa Genel Energy, de Nathaniel Rothschild, de estar financiando terroristas. Na sequência, o político e ativista foi obrigado a desdizer tudo que dissera no jornal matinal da BBC. Eis o que o Partido Verde distribuiu mais tarde; prestem atenção à seleção de palavras:

“O Partido Verde e Tony Clarke desejam retratar-se publicamente de declaração feita hoje, e aceitam que o que disseram seja falso e sem fundamento. A [empresa] Genel Energy, na qual Mr. Rothschild é simples acionista, não diretor-executivo, é empresa que produz petróleo na Região do Curdistão. Não é e jamais foi, compradora de petróleo de quaisquer outros.”

Não há dúvidas de que a nota foi redigida por advogado especialista, para salvar o Partido Verde do caldeirão fervente. Também é verdade que Nat Rothschild é “simples” acionista. Por “simples”, deve-se entender que sua “simples” atividade consiste, para começar, em dar a Tony Hayward, da super vilã BP vazadora de petróleo, o dinheiro para comprar sua participação acionária na Genel turca. Curiosamente, a história de uma figura pública na Grã-Bretanha, que declarou que a família mais rica do mundo é “financiadora de terroristas”, não sumiu da Internet. Deem uma googleada, se não acreditam em mim.

Mas vamos por partes. Quero que os leitores tenham em mente algo que o presidente Vladimir Putin disse à 70ª Assembleia Geral da ONU há pouco tempo. Depois, poderemos prosseguir:

“Em vez de algum triunfo da democracia e de mais progresso, o que obtivemos foi mais violência, mais miséria e um desastre social. (…) Não posso me impedir de perguntar aos que causaram essa situação: Os senhores dão-se conta do que fizeram?”

A questão, portanto, já existe: quem realmente criou essas situações? Será que quem lançou o próprio povo e o mundo em guerra perpétua teriam sido Muanmar Gaddafi ou Sadam Hussein? Quem sabe o presidente eleito da Síria, Bashar Hafez al-Assad? Quem sabe foi ele quem reduziu a ruínas o próprio belo país? Talvez, um caso de galinha antes do ovo, ou o contrário. Fato é que os ‘noticiários’ e a mídia-empresa nos contam uma história superficial e insuficiente da realidade em que já vivemos. Quando George W. Bush lançou sua operação “Choque e Pavor” contra Bagdá, a televisão só fez mostrar luzes brilhando nos céus sobre a cidade durante dias e dias. Mas CNN e BBC não mostraram os incontáveis civis que morriam nas sombras.

A mídia-empresa nos ‘informava’ que forças da coalizão batalhavam contra um tirano, e em busca de armas de destruição em massa de indescritível potencial mortífero. Era 2003, e pelos botequins e salões de bilhar nos EUA, todos já sabíamos: “É o petróleo. Tudo isso, pelo petróleo.”

Até que as ‘notícias’ foram arrefecendo e todos voltamos ao serviço. E Afeganistão e Iraque converteram-se numa “Guerra ao Terror”. Negócios em que a morte era parceira, para ensinar democracia…

Tony Clarke é um herói, mas jamais será estátua em Piccadilly. Os advogados de Rothschild, ou empregados de bancos a executar seus empréstimos aqui e ali, e assim obrigaram Clarke e o Partido Verde a se desdizerem.

As palavras naquela nota ‘informam’ que Clarke não tem como provar que a Genel comprou petróleo dos terroristas do Daesh. ‘Informam’ também que a Genel tem pleno direito de extrair lucros daquela guerra. Então, como minha colaboração, gostaria de exibir informação interessante para, precisamente, começar a provar esse ponto. Vejamos, para começar: “Quem, exatamente, arranca lucros da guerra na Síria e na confusão em que está mergulhado o Oriente Médio?”

A Genel Energy International Ltd. da Turquia fundiu-se com  a Vallares Plc. de Tony Hayward, em 2011. Fundada por Rothschild e o banqueiro Julian Metherll, o sucesso da nova empresa dependia  em parte de criar-se um novo “Curdistão” no norte do Iraque e áreas leste da Síria. Tony Hayward, todos lembram, era presidente executivo da BP, forçado a demitir-se depois do escândalo do vazamento do porto Deepwater Horizon. É importante, mas por hora o que mais conta é o projeto “Novo Curdistão”. Eis um excerto de Bloomberg, uma fala de Hayward, de quando apareceu o anúncio da fusão:

“São campos de produção em escala mundial. O Curdistão é uma das últimas grandes fronteiras na indústria de petróleo e gás, com baixos custos de prospectão e desenvolvimento, e próximo de mercados significativos.”

“Próximo de mercados significativos” é item que merece melhor exame. O mapa mostra as rotas de transporte por mar para os vários “mercados” e as reservas relativas de petróleo dos vários países. Parte dos relatórios anuais de energia, esse mapa é apenas um dentre centenas de peças de inteligência compiladas nas séries de relatórios das Revisões Estatísticas da Energia Mundial da BP. São esses os relatórios com os quais Tony Hayward e outros grandes investidores operam e a partir dos quais fazem suas estratégias.

O longe e o perto, cada detalhe, cada centavo da energia do planeta, cada possível ganho é calculado por empresários e profissionais que têm mais recursos de dinheiro que qualquer outro ser humano. Mas avancemos, para mostrar aos leitores interessados o papel que um “Novo Curdistão” ou uma “Nova Síria” têm hoje no quadro geral da política exterior dos EUA. Adiante, falarei um pouco mais sobre vínculos entre Hayward e Rothschild.

Encontrei relatório, semana passada, de um jornalista chamado Dr. Nafeez Ahmed, que afirma que essa conexão do petróleo curdo-ISIL que atravessa o leste da Síria e o norte do Iraque conecta também com Bilal Erdogan, filho do presidente da Turquia. O que ele diz, apoiado em larga medida em declarações de um funcionário curdo, sugere que os curdos estão comprando petróleo do ISIL. Talvez o Sr. Tony Clarke não soubesse que um ex-deputado do Movimento Mudança no Curdistão, Burhan Rashid, está sendo processado pelo Governo Regional Curdo por dizer que o próprio Governo Regional Curdo participa do tráfico (ilegal, ilícito) de petróleo com o ISIL.

Para dar a tudo isso toques ainda mais sinistros, funcionários dos EUA sempre souberam dos comboios de caminhões-tanques e do tráfico de petróleo. Investigações das quais não se fala já teriam mostrado uma companhia chamada Meer Soma, subsidiária do Grupo Nokan, que transporta refinados de petróleo das refinarias controladas pelo ISIL até entidades curdas em ou próximas de Kirkuk. Informe lateral aqui, Tony Hayward aparece nessa matéria da rede Bloomberg, de 2012, batizando uma frota de caminhões-tanques de transporte para operarem a partir de áreas sob controle dos curdos, no norte do Iraque, até a Turquia. Essa empresa turco-britânica Genel é o elo que conecta 11 trilhões de metros cúbicos de gás natural e bilhões de barris de petróleo a Rothschild e outros.

Faça um parada nesse ponto, para organizar os pensamentos. Que tipo de lavagem cerebral terá feito o mundo esquecer que famílias fabulosamente ricas e poderosas como os Rockefellers e Rothschilds, simplesmente desaprenderam como se joga bola legalmente com o mundo?! Vemos políticos eleitos como Barack Obama, David Cameron ou Tony Blair como figuras que controlariam os eventos. Na verdade, bem no fundo de nós mesmos, todos sabemos que não são os políticos eleitos que movimentam as cordas dos eventos. Empresas como Genel Energy, Genie Energy em Israel, e outras empresas em que se conectam TODAS as fontes de energia têm impacto muito significativo sobre tudo que acontece no nosso planeta.

Lembram que mencionei que a invasão ao Iraque teve “tudo a ver com petróleo”? E teve mesmo, e pode-se argumentar que esses titãs da energia desempenharam, ali, papel importante. Essa página de Judicial Watch mostra links para documentos que tiveram o sigilo quebrado e nos quais se veem os interesses que o governo dos EUA tinha investidos no petróleo do Iraque e do Oriente Médio momentos antes das invasões ao Afeganistão e ao Iraque e, também, pouco antes do 11/9.

Duas sessões merecem exame mais detalhado. São intituladas Foreign Suitors for Iraqi Oilfield Contracts – Part 1 & 2, datadas de março de 2001, seis meses antes de as Torres Gêmeas terem sido detonadas.

São informações tornadas públicas, porque foram requeridas por um juiz, obedecendo à Lei para Liberdade de Informação [ing. Freedom of Information Act (FOIA)], e têm a ver com o que se chama “Força Tarefa de Energia de Dick Cheney” [ing. “Cheney Energy Task Force”]. Não há espaço aqui para teorias sobre o 11/9, mas o que esses documentos mostram são as pessoas e empresas que tinham interesse intenso e ativo naquela região, com olhos postos diretamente no petróleo e no gás. O leitor encontrará ali a lista dos que naquele momento aspiravam a beneficiar-se diretamente da riqueza do Iraque, e pode compará-la com quem já se beneficia hoje da mesma riqueza, bem concretamente.

Há estudo muito profundo e complexo a ser feito, sobre, digo eu, o trânsito e os lucros da energia naquela região. Mas permitam-se abreviar e resumir aqui uma argumentação que sempre será muitíssimo mas longa .

Esse estudo, de 2011, da Heritage Foundation, de autoria de Ariel Cohen, Ph.D., praticamente sintetiza o que os acadêmicos têm a dizer sobre a guerra por energia que vemos tomar forma hoje, e é a fonte da estratégia dos EUA para o Cáucaso hoje. O ponto central de todo o argumento é que o Irã é a chave para o futuro da energia mundial; e que as sanções, já desde 1995 (Lei de Sanções sobre Petróleo Estrangeiro, Sessão n. 1.228) contra o Irã, e de 1996 contra Irã e Líbia (Lei n. 104-172), bem pouco algum dia tiveram a ver com fundamentalismo islamista ou terrorismo.

A chamada Força Tarefa de Energia do então vice-presidente Dick Cheney revela a preocupação de alguns no ocidente com as reservas de energia iraniana; com as reservas e a infraestrutura de energia do Cazaquistão e da Rússia. Se se continua a ler, logo se vê que os Rothschilds e outros estavam também muito, muito interessados. Exatamente como o Departamento de Estado, o Pentágono, o MI6 e todo e qualquer empresário ou executivo de alto posto no mundo da energia.

O mapa do Departamento de Estado, de 2002, que se vê nesse link, indica que, sim, havia planos em andamento, considerado o posicionamento de Rússia e Irã para transportar aquela energia. Vejam que, nesse mapa, não aparece coisa alguma da infraestrutura da Arábia Saudita. Colin Powell era secretário de Estado naquele momento, como todos devem lembrar. E permitam-me observar que esse mapa também era secreto, antes que Judicial Watch obtivesse acesso a ele, pela Lei da Liberdade de Informação [ing. FOIA]. Não é difícil entender por que era tão secreto.

Já resumi em artigo anterior para SputnikNews os investimentos e movimentos de Rothschild dentro da Ucrânia. Outras figuras movimentam-se também na periferia desses “conflitos de investimentos”.

George Soros aparece frequentemente associado tanto à Ucrânia como à região da Síria, mediante suas conexões com os dois lados, com a Ucrânia e em território sírio, com os Rothshilds, Dick Cheney e o empresário de mídia Rupert Murdoch, que em 2010 voltaram todos a ser acionistas de Genie Oil & Gas (não é a Genel, são empresas diferentes). Considerando Genie por um momento, essa fachada de energia é subdivisão de IDT Corporation, uma empresa holding constituída de tantas empresas que é praticamente impossível rastreá-las todas.

Tyler Durden, de Zero Hedge organiza praticamente a mesma informação. Genie Oil & Gas tem outra afiliada, Israel Energy Initiatives Ltd (IEI), empresa israelense com sede em Jerusalém, proprietária dos 40 bilhões de barris de petróleo da bacia Shfela de Israel, que não estão sendo extraídos por causa da catástrofe ambiental que a extração pode causar. Mais uma história de ganância, que só menciono para que não haja dúvidas de que Rothschild e outros estão sempre com as mãos metidas em qualquer ponto do mundo de onde possam brotar caos e desgraça. (…)

Como se pode ver por essas migalhas do épico “banqueiros reúnem-se a terroristas”, há uma trilha bem clara. Nada mais fácil que ver as conexões entre Baron Browne, Rothschild e Mikhail Khodorkovsky, expulso da Rússia por Vladimir Putin, para quem o presidente russo é o pior dos homens e seu pior inimigo.

Diga-se a crédito dele que John Browne, Barão de Madingly, em seu mais recente livro, dá sinais de tentar distanciar-se do conhecido bilionário da empresa Yukos de petróleo, mas era mesmo obrigado a tentar, dada a posição de poder de Browne. Documento de Wikileaks relembra artigo do Times no qual Browne conta que o ex-presidente da BP Jacob Rothschild o apresentou a Khodorkovsky, então poderoso czar do petróleo russo.

Todos esses acabaram por ter de sentar-se à mesa com Vladmir Putin para discutir a entrada da BP na Rússia. De Putin, o que Browne tinha a relatar foi:

 

“Decida Puin o que decidir, não há como negar que é homem excepcionalmente competente.”

Realmente é. Rumores de que Putin teria decidido descartar a Nova Ordem Mundial parecem hoje perfeitamente comprovados. Quanto ao que Browne diz de Mikhail Khodorkovsky, não há dúvidas de que os Rothschilds se deitariam com qualquer cão sarnento, se assim conseguissem arrancar algumas moscas que os interessassem. Khodorkovsky é sujeito desprezível, e Putin e Baron Browne concordam nesse ponto. Mas o que mais impressiona nesse documento de WikiLeaks são as sementes da confusão que hoje vemos já plenamente desfraldada.

Quando Browne e Tony Blair, então relações públicas, fizeram o negócio da BP com a Rússia, foi o maior negócio na história russa.

Segundo anotações de Browne, presumo que se referindo à capacidade para operar tantas informações na cabeça, “Putin foi impressionante”. O negócio, de fato, como Browne recorda, acabou tomando o rumo que Putin previra. É assunto para outro ensaio, mas é crucial compreender que estamos falando de apenas umas poucas pessoas realmente importantes, pelo menos nos postos de decisão e comando.

Hoje, basta dizer que todos esses temem Putin, como temeriam um grande urso russo andando pela sala de casa. Entendo que as provas mostram claramente que Jacob e o filho Nathaniel Rothschild já trabalham pelo menos há dez anos para criar um Curdistão ‘livre’ (“Powering the Future of the Kurdistan Region of Iraq”). Tampouco seria exagerado ou descabido dizer que as implicações disso são absolutamente estarrecedoras.

Essa empresa porá as mãos não apenas numa riqueza imensa em petróleo, mas em mais de 11 trilhões de metros cúbicos de gás natural, para nem falar das vantagens geoestratégicas e de transporte. Permitam que lhes mostre uma frase de Tony Hayward falando dos lucros que extraiu de um norte do Iraque destroçado pela guerra. Depois, os próprios leitores podem decidir se é possível acreditar que os Rothschild de modo algum financiaram terroristas.

“O início das exportações de petróleo pelo oleoduto Curdistão Iraquiano-Turquia, pelo Governo Regional Curdo foi um marco na história da indústria do petróleo curdistão-iraquiano. A capacidade para vender petróleo pelo [porto de] Ceyhan, recebendo preços internacionais, confirmou o status da região como importante província petroleira, e os ganhos ajudam a garantir um Curdistão Iraquiano forte e próspero”

– Tony Hayward.

Há mais de dois milhões de crianças pequenas órfãs e completamente sem ter onde morar. Milhares morreram, há ameça de guerra mundial, e Tony Hayward e sua empresa vivem uma corrida ao petróleo de proporções monstruosas. Nathaniel Rothschild e outros apostaram pesadamente nessa jogada. Não se sabe como, semântica e lucros passaram a ter importância descomunal e sempre são mais importantes. O problema principal, pelo qual algum britânico decente teria de pedir desculpas, seria só o fato de a empresa Genel Energy comprar petróleo do Daesh?

Falei com meu colega de pesquisas Holger Eekhof sobre esse ponto. A opinião dele foi como um raio de sol do mais luminoso senso comum. Eekhof perguntou-me: “Mas Phil, por que Rothschild ou qualquer outro daquele pessoal precisaria comprar petróleo do ISIL? Por que, se eles já são proprietários daquele petróleo?!” Foi quando a semântica profunda de “ser proprietário” encaixou-se perfeitamente na frase. Não é mesmo? *****

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