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quinta-feira, 25 abril, 2024

A rota da tragédia

Mauro Santayana
O país – e o mundo do futebol – estão de luto com a morte de vários jornalistas e da maioria da delegação da Chapecoense, mas trata-se, certamente, de uma espécie de tragédia anunciada que não precisava ter acontecido.
Não é concebível que, por economia – não existe outra explicação aparente – os dirigentes de um clube prestes a disputar a final de um torneio continental tenham tomado a decisão – apesar da orientação  do ANAC, que não permitiu sequer que o avião boliviano viesse recolher o time da chapecoense em território brasileiro – de contratar uma companhia que, ao que tudo indica, possuía um único avião, de um modelo que saiu de linha há 14 anos, e que, entre outras limitações, mal dispunha de autonomia para cobrir a rota prevista, para uma viagem sobre uma região montanhosa, em uma época em que todo mundo sabe que o clima é chuvoso e instável sobre essa parte do mundo.

Tivessem – considerando-se a visibilidade do evento, eventualmente  negociado um desconto pelo marketing, se fosse o caso – e fretado com uma companhia nacional um jato ERJ-070 da Embraer – com igual capacidade, 70 passageiros, com mais de 800 quilômetros por hora de velocidade, maior altitude de cruzeiro, alcance de 3.700 quilômetros, e feito apenas uma escala, saindo de São Paulo, em Rio Branco, no Acre, mesmo contando-se com a imprevisibilidade do destino, há uma enorme probabilidade de que a tragédia não tivesse ocorrido

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