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quinta-feira, 28 março, 2024

Somos todos Marisa Leticia

Silas Correa Leite* 
Somos todos Marisas… mas, talvez, mas só talvez mesmo, também precisemos de um esquecimento global a todo esse ódio customizado que nos cerca… nesse fútil mundo de aparências, para que, como lúcidos ocasionais que seja (e em legitima defesa de nossa honra, se ainda nos restar algo) vivamos fora desse tempo cíclico, fugindo – como diz o poeta e filosofo-pensador Vicente F. Cecim – assim “não aceitando a vontade vesga da humanidade” … Humanidade? Deus tenha piedade de nós…
Quantas vezes Marisa carregou o mito Lula no colo, consolou-o, estimulou-o, descarregou suas baterias, desarmou-o para novas batalhas, abraçou-o enquanto ele chorava a luta renhida pois viver é lutar, quantas vezes a primeira dama mais humilde de todas teve que ser forte sem saber, para suportar o que nenhuma mulher suportaria em vida, e suportar ameaças, perseguições silentes, cargas de profundidade? Pois é. Sim, porque a de Jango Goulart era a mais bela e chique primeira dama da terra brasilis, como Jaqueline Kennedy da américa cloaca que o matou, porque a de FHC o “Pai da Fome” era Uspiana, de família tradicional e culta, apesar de traída e ocasional ovelhinha de percurso e situação, quando então bem amaciada teve que aceitar voltar a ser esposa de enfeite como ocasional fake primeira dama, a proposito político até de salvaguardar a honra de quem não tinha honra, mas Marisa Leticia não.
Foi a mais humilde, a mais vestida de simpleza, a mais leal, amiga e confidente, e foi mãe, amiga, companheira, mulher, vitimizada também porque conviveu com um homem lenda, que conheceu metalúrgico no palanque, no comício, na trincheira da legalidade ético-humanitária, cresceu com ele, foi sua melhor bandeira, sua melhor aliada, e o seu histórico amado virou o maior presidente da historia do Brasil, reconhecido no chamado mundo civilizado todo, e ainda assim e por isso mesmo, por um projeto social de milhões,  perseguido por uma corja da mídia abutre, uns chacais da justiça torpe, umas lesmas mortas da sociedade pústula, principalmente da paulistaiada que adora corruptos e ladroes da gema, sem algemas, e que por costume desde os bandeirantes bandidos à canalha de 64 odeia projetos de inclusão social a partir até do que preconiza a carta magna que diz que todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido.
Sim, hoje somos todos Marisas. Fora Lula, Fora Dilma, Fora PT, Fora Neymar, Fora Barack Obama, e lá estavam umas velhotas decrépitas, chulas cadelas do fascismo sempre no cio, em frente ao hospital em que a Dona Marisa Leticia era tratada, xingando-a, querendo que ela morra. Cristãs? O ódio venceu? E pelas redes sociais o ódio, o escarnio, as agressões. Chora a pátria mãe não tão mãe gentil, dos filhos deste solo…
Hoje somos todos Marisas, um AVC, uma doença terminal, também por ter que suportar a barra de viver num Brasil dividido pelo PRGT-Partido da Rede Globo de Televisão, fazendo a cabeça de cérebros de penico de uma renca de idiotas, mais uma direita amoral e inumana, um usurpador governo ilegítimo, entre tanta impunidade generalizada em todos os níveis, e uma corrupção por atacado nosso capitalhordismo americanalhado, bancando impunemente desde as privatizações-roubos, até um neoliberalismo câncer baseado em Sampa, samparaguai, o estado máfia, dos protegidos e impunes tucanus corruptus.
Somos todos Marisas. Cada um com seu caldo de lágrima e de dor, cada um com sua cruz pessoal nessa hora, porque homem que fala mal de mulher, já se mede a mãe, o nível, o berço, o Deus, a igreja, o diploma, a família, pior, mulher que fala mal de mulher, já diz muito de si mesmo do que de quem ataca, e desejar a morte de alguém além de crime é por assim dizer um pecado capital, e nessa dissertação feito nênia em prosa evocamos a fala atribuída a um momento intimo de Nabucodonosor:
“Pesado foste na balança e achado em falta”.
Somos todos Marisas, com todas as letras. Marisa com M de Mãe, a de Amor, r de Razão, I, de Iluminada, S de social, novamente A de amparo ao seu companheiro de tantas sofríveis lutas e somas, como um acrostico vertical em prosa, nesse momento de tristeza e dor historial. O triplex de Lula, o Barquinho de Lula, a mansão do Lula, a casa na lua do Lula, e nada é do Lula, mais os juizecos de apostilas, os helicópteros de corvos da PF sobrevoando sua casa, rastreando suas compras, ferindo de ilegítimas espionagens indevidas sua vida intima, O Lula criado na batalha talvez tenha suportado mais de 30 anos de datada condenação vencida e nada provada, mas Marisa, seu pilar, sua escora, sensível e esposa, mãe, amiga, companheira, tombou. Somos todos Marisa.
Comemorar a morte de qualquer ser humano, não diminui a corrupção no país, não desqualifica e impunidade desde 1500, nem muito menos  vinga os erros de uma burguesa elite insensível e amoral, porque, pelo que parece, os mesmos que choraram a tragédia com o avião do time de futebol da Chapecó, são os mesmos que regurgitam ódio de meio e clã, a partir de um linchamento midiático que a Família Silva sofreu e sofre.
Mesmo que ela morra, Deus não desligará os aparelhos?
Somos Todos Marisa.
-0- SP/2.02.2017 #silascorrealeite
*Silas Correa Leite
Professor, conselheiro diplomado em direitos humanos, jornalista comunitário, ciberpoeta e escritor premiado, consta em mais de oitocentos links de sites, até no exterior, entre eles Cronópios, Observatório de Imprensa, Correio do Brasil, EisFluências e outros, Prêmio Lygia Fagundes Telles Para Professor Escritor, Prêmio Paulo Leminski de Contos, Prêmio Ignácio de Loyola Brandão de Contos, Prêmio Biblioteca Mário de Andrade (São Paulo, Gestão Marilena Chauí), Prêmio Literal (Fundação Petrobrás, Curadoria Heloisa Buarque de Hollanda),   Prêmio Instituto Piaget/Cancioneiro infanto-juvenil, Portugal, vencedor do Primeiro Salão Nacional de Causos de Pescadores (USP-Parceiros do Tietê/Jornal O Estado de São Paulo/Rádio Eldorado) entre outros, publicou em revistas, jornais, tabloides, fanzines, como Revista da Web, Trem Itabirano, Panorama Editorial, Revista Construir, DF Letras, Mundo Lusíada (Portugal), etc. Autor, entre outros, de Porta-Lapsos, Poemas, All-Print, SP, Campo de Trigo Com Corvos, contos premiados, Editora Design, SC (finalista no Telecom, Portugal), DESVAIRADOS INUTENSILIOS, Editora Multifoco, GOTO, A Lenda do Reino do Barqueiro Noturno do Rio Itararé, romance,  GUTE GUTE, Barriga Experimental de Repertório, romance, e O Menino Que Queria Ser Super-Herói, romance infantojuvenil, ambos a venda site Amazon e do ebook de sucesso O RINOCERONTE DE CLARICE, onze contos fantásticos, cada ficção com três finais, um final feliz, um final de tragédia e um terceiro final politicamente incorreto, destaque na grande mídia (Estadão, Diário Popular, Revista Época) inclusive televisiva, por ser o primeiro livro interativo da rede mundial de computadores, tendo sido entrevistado por Márcia Peltier (Momento Cultural/Jornal da Noite, REDE BAND), Metrópolis e Provocações Cultura), entre outros, e a obra, por ser pioneira e única no gênero, foi recomendada como leitura obrigatória na matéria Linguagem Virtual, do Mestrado de Ciência da Linguagem da UNIC-Sul de SC, tese de Mestrado na Universidade de Brasília e tese de Doutorado na UFAL. Seu estatuto de poeta foi vertido para o espanhol, francês, inglês e russo. Contatos: poesilas@terra.com.br

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