Por Alberto Corona
De acordo com a hierarquia católica, atualmente não há condições para chamar novamente o diálogo entre o governo e setores opositores, que apostam por intensificar os cercos e bloqueios de estradas e aumentar as pressões contra o Executivo.
Além disso, o governo denunciou ontem que a atual situação de violência criminosa no país é gerada por grupos políticos de oposição com agendas específicas, o que constitui uma conspiração que viola a Constituição.
Em um comunicado divulgado pelo chanceler Denis Moncada, o governo de reconciliação e unidade nacional sustentou que esses grupos pretendem continuar destruindo a segurança e a vida das famílias nicaraguenses.
Igualmente ratificou perante o povo nicaraguense e a comunidade internacional, que repudia e luta junto às famílias para enfrentar com a razão e as leis, esta onda criminosa e delitiva que açoita a nação.
Por sua vez, repudiou todas as acusações desses grupos, que em uma provocação demencial e sem precedentes no país, se confabulam para denunciar ‘ataques’ inexistentes, após agredir e produzir vítimas para culpabilizar as instituições da ordem pública.
Por outro lado, também condenou todas as campanhas difamatórias dessa conspiração que a partir da intimidação, do medo, ameaças e terror, pretendem entregar o país à delinquência e ao crime organizado.
O governo também denunciou todos os crimes que foram cometidos desde o dia 18 de abril e rejeitou qualquer responsabilidade nessa violência.
Nesse sentido, afirmou de maneira categórica que cumprirá com seu dever de evitar mais derramamento de sangue, mais confronto fratricida e montagens caluniosas, demonstrando a cada dia de onde provem esta ação que busca instalar o caos.
‘O governo de reconciliação e unidade nacional manterá a denúncia permanente desta abjeta criminalidade, e volta a repudiar categoricamente qualquer menção acusatória sem fundamento, nem sustentação’, enfatizou.
Também esclareceu que na Nicarágua não existem forças de choque nem grupos paramilitares alinhados ao Executivo, por isso não pode aceitar que tentem acusar-lhe de fatos dolorosos e trágicos que não provocou, nem – dimensionou – jamais fará.
Por outra lado, o comunicado afirma que o presidente da República, ao repudiar contundentemente toda esta conspiração criminosa, reafirma categoricamente às famílias que o único caminho para a paz é o diálogo, o estabelecimento da verdade, e a busca das soluções demanda pelo povo.
‘Com todo respeito, pedimos às autoridades que coordenam o esforço do diálogo nacional, chamar à calma e ao cessar de toda violência, a fim de continuar trabalhando pela segurança, justiça e pela paz’, enfatizou.
O governo confirmou ontem a renúncia do presidente do Conselho Supremo Eleitoral (CSE), Roberto Rivas, e afirmou estar pendente das decisões que, conforme a lei, correspondem adotar a Assembleia Nacional.
A presente decisão é apreciada pela Secretaria-Geral da Organização de Estados Americanos (OEA), como um sinal para a recomposição da confiança e da harmonia democrática no país, segundo assinalou um comunicado conjunto do Ministério de Relações Exteriores e tal organismo hemisférico.
O documento recordou que é de público conhecimento, no marco dos trabalhos em curso entre o governo e a OEA, que uma das áreas prioritárias é a da reforma do sistema eleitoral e a de gerar os mecanismos necessários neste sentido.
Sobre este particular, a Secretaria-Geral da OEA e o governo têm trabalhado aspectos relativos à configuração e composição do CSE, como suporte institucional fundamental para as garantias eleitorais e para eleições livres, justas, democráticas e transparentes.
Desde o dia 18 de abril Nicarágua vive mergulhada em um contexto de violência, que começou quando protestos contra reformas do governo ao seguro social, mais tarde revogadas, resultaram em confrontos e atos de vandalismo.
Na opinião de observadores, tais reformas serviram de pretexto para pôr em marcha um plano orquestrado no exterior com o objetivo de desestabilizar a nação e provocar a derrubada do governo presidido por Daniel Ortega.