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quinta-feira, 28 março, 2024

Uma boa razão para procurar e ler a história narrada por Putin

Phil Butler, New Eastern Outlook, NEO [excertos]
Segundo o noticiário matinal hoje em Moscou, um homem conhecido por não admirar o presidente Putin escorregou numa casca de banana e tombou nas águas geladas do Rio Moskva… Fontes que pediram para que seus nomes não fossem divulgados dizem que a casca de banana é a mais recente ardilosa ferramenta das forças de segurança do Kremlin, usada pelos bandidos a serviço pessoal de Putin.

Por fantástico e alucinado que pareça, o que aí se lê não está longe das manchetes que se leem em todos os veículos da mídia-empresa por toda a Europa e nos EUA [do Brasil nem se fala, porque, aqui não há mídia-empresa, só arremedo de (1) mídia e (2) empresa (NTs)].

E na Austrália, o Sidney Morning Herald papagueia a manchete comprada da Agência Associated Press: “Manifestações na Rússia exigem renúncia de Putin. Há dezenas de presos”. No lead, lê-se:


“Várias centenas de russos manifestaram-se no centro de Moscou no sábado, sob o olhar da polícia antitumultos, para distribuir apelos manuscritos para que o presidente Putin renuncie. Houve protestos semelhantes em várias outras cidades.”
Ok, mas… que importância teria isso?, perguntarão alguns. A única importância é que o que aí se lê é absoluta propaganda, sem mais conteúdo noticioso que a frase “Isso é que é”, da propaganda da Coca-Cola, ou “Amo muito isso”, da propaganda da rede McDonald. A manchete e o lead supostos jornalísticos que se leem acima foram cuidadosamente redigidos especificamente para o mundo digital. Com metade da humanidade hoje já consumindo noticiário só das telinhas de equipamentos smart, manchete e lead são tudo q interessa. Isso posto, é só observar o que vem depois.

Porque para o novo consumidor de noticiário em Sidney ou Melbourne, para quem vida real é o trabalho que põe comida (quando põe) na mesa, tudo ficará resumido a – outra vez… “o velho Putin, sempre ditador, uma vez stalinista, sempre stalinista” – “mais um ditador que reprime o legítimo movimento de massas…” E por aí vai. Leia só as manchetes, finja que você é igual a todos e que todos são iguais a você, que todos aí são ‘médios’, que você é um João-qualquer, em qualquer cidade do mundo, a caminho do trabalho (se tiver achado emprego)… e sinta-se ‘informado’: Putin “é” o cão.


“A mídia-empresa é a entidade mais poderosa que há na Terra. [Esses empresários] Têm o poder de fazer do inocente, culpado; e do culpado, inocente. Poder é isso. Porque assim [esses empresários] controlam o pensamento das massas.” — Malcolm X —
Hoje, trabalho dedicado, aqui, a combater a grande mentira ou, pelo menos, assumi como tarefa minha (como outros tantos também já assumiram) tentar mediar essa perversão caótica e perigosíssima. Assim sendo, pelo menos aqui, reflitamos um momento sobre o quanto é “perigosa” a mídia-empresa comercial usada como ferramenta de propaganda ocidental.

A Agência Reuters usou o mesmo lead, com mudança mínima na manchete “Russos, em protesto pacífico, exigem que Putin renuncie“. America OnLine saiu antes da Reuters com exatamente a mesma história, papagaiada também em Hungary Today, no Toronto Star e numas poucas centenas de blogs. The Wire na Índia nomeou, pelo menos, os autores da matéria original, Andrew Osborn e Svetlana Reiter, e o mesmo fez a Agência Reuters India.

[Em língua portuguesa, a repetição é a mesma: em Portugal, no Brasil (Ig), no Brasil (Folha de S.Paulo, no Brasil (O Globo), no Brasil (Folha de S.Paulo), e há mais, matérias absolutamente iguais, inclusive quando vêm assinadas em formato de ‘opinião de Igor Gielow  (risos) NTs].

Na matéria da Reuters India vê-se pelo menos uma imagem, que mostra o quanto nada havia na tal ‘manifestação’ que justificasse o vastíssimo noticiário. Um pequeno número de descontentes, molhados, mostrados de longe, enquanto uma policial (parece ser uma mulher) prende um “ativista” que usa uma mangueira. Muito apreciei saber que o serviço de notícias pagou o fotógrafo Anton Vaganov, pela foto, com dinheiro real. Na sequência, a Reuters passou a mesma matéria para Reddit e outras mídias sociais, pelas quais milhares de outras pessoas comentaram, partilharam, ‘gostaram’ e puseram-se a repetir o mesmo besteirol, como se fosse ‘notícia’.


“Qualquer ditador muito invejaria a absoluta obediência e total uniformidade de toda a mídia-empresa ativa nos EUA”
[e do Brasil, então?! Nem Stálin, nem Amin Dada OBTERIAM MAIS TOTAL UNIFORMIDADE de opiniões que a “Camarilha dos seis” proprietários da ‘mídia’ no Brasil [risos] (NTs)] — Noam Chomsky —
Fato, nesse ‘noticiário’, mas não noticiado, é que os protestos da semana passada foram organizados pelo movimento Open Russia, fundado pelo crítico do Kremlin e oligarca do petróleo (barra gângster) muito conhecido na Rússia, Mikhail Khodorkovsky. Se alguém ainda acalenta dúvidas de que a mídia-empresa é controlada em todo o planeta por uma gangue de ‘globalistas’, ver o nome de Khodorkovsky escondido por trás de praticamente todas as manchetes deveria servir como sinal de alerta. Khodorkovsky é continuadamente elogiado como a mais pobre e infeliz das vítimas do ódio de Putin (“ex-empresário e ativista da democracia”, como se lê em Wikipedia-BR, praticamente um Daniel Dantas, em matéria de ativismo pró-democracia [NTs]). Reuters, BBC, o New York Times e praticamente todos os veículos da grande mídia-empresa o pintam como uma espécie de salvador da Rússia – quando quem o conheça sabe que sempre foi peão dos banqueiros dedicados a exaurir a riqueza da Rússia para aumentar a riqueza pessoal deles mesmos. Qualquer pessoa que ainda pense com a própria cabeça sempre saberá que quem cite em tom elogioso o nome de Khodorkovsky é idiota ou é vendido à gangue ‘midiática’.

“A Propaganda não tem o poder de enganar as pessoas; ela apenas ajuda as pessoas que assim desejem a se autoenganarem elas mesmas.” — Eric Hoffer —
(…)

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